Prefeitura intensifica plano de controle da dengue em Moc

Jornal O Norte
21/01/2006 às 10:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:28

A prefeitura de Montes Claros estão mantendo as ações do programa municipal de controle da dengue, na tentativa de manter a doença dentro dos parâmetros considerados aceitáveis pelo ministério da Saúde, que preconiza um índice de 1%. Em 2005, foram notificados 275 casos da doença no município, com 80 confirmados laboratorialmente. Até o dia 14 de janeiro deste ano foram registrados oito casos de dengue clássica ocorridos nos bairros São João (3), Cidade Cristo Rei (1), Vila Greyce (1), Vila Luiza (1), Vila Mauricéia (2). Os números preocupam a secretaria municipal de Saúde, que pretende intensificar os trabalhos educativos e de controle – especialmente nas áreas que apresentam maiores riscos.

Pesquisa do índice de infestação do aedes aegypti realizada na primeira semana de janeiro demonstrou um número médio de 3,9%, ou seja, a cada 100 casas pesquisadas pelos agentes do programa, 3,9 apresentaram criadouros do mosquito transmissor da dengue, caracterizando uma situação de alerta, segundo parâmetros do MS.

MAIOR FREQÜÊNCIA

Os locais em que foram encontrados criadouros com maior freqüência foram depósitos para armazenamento de água ao nível do solo (tambor, tonel, tina, caixa d’água); depósitos fixos ( lajes, ralos de quintais e calhas) e lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas).

A recomendação do Centro de controle de zoonoses é que o morador providencie vedamento dos tambores e caixas d’água e limpeza semanal das lajes, calhas e ralos. Em relação ao lixo a solução é o encaminhamento para destino adequado, ou seja, a coleta pública.

Dados do CCZ apontam que os bairros com os mais altos índices são: Todos os Santos; Melo; Morada do Sol; Vila Atlântida; Vila Exposição; São João; Centro; Cintra; JK; Alvorada e Edgar Pereira. A chefe da divisão do Centro de controle de zoonoses, Marília Fonseca Rocha, garante que esses locais vão receber uma atenção especial, mas que as ações estarão voltadas para toda a cidade, com pesquisa do índice de infestação, visitas domiciliares, inspeções nos pontos estratégicos, bloqueio dos focos de transmissão em torno dos casos notificados, reuniões comunitárias, ações de limpeza e recolhimento de pneus.

CHUVA E CALOR

Marília Fonseca lembra que com a chegada do verão o aedes aegypti encontra as condições ideais para sua reprodução: chuva e calor. E que o controle desse inseto com hábitos domiciliares exige um trabalho não só do setor de saúde, mas de todos os setores da prefeitura e da sociedade, que precisa ser mobilizada para que tome consciência do risco de transmissão da dengue e faça a sua parte nos trabalhos de combate ao vetor.

Para garantir um envolvimento maior da população e facilitar a execução das atividades de controle da dengue em Moc, foi criado, em 2005, o Comitê de mobilização popular de combate à dengue. A estratégia envolveu capacitação dos profissionais de saúde para vigilância, diagnóstico precoce e tratamento dos pacientes vítimas da doença. Para colocar em prática as ações propostas pelo comitê foi formada uma rede de parcerias envolvendo as secretarias de Serviços Urbanos; de Desenvolvimento e Assistência Social; de Meio Ambiente; de Educação; a Esurb, a Copasa; a Cemig; a Unimontes; a Pastoral da Saúde; o Exército; a polícia militar; a Cordam e outras entidades. 

A chefe da divisão do Centro de controle de zoonoses, Marília Fonseca, ressalta que este ano a estratégia é intensificar os trabalhos, principalmente na área de conscientização e orientação.

- Já que não é possível acabar com a doença, temos que garantir, pelo menos, que os números estejam dentro do que é tolerado pelo ministério da Saúde. Assim, asseguramos riscos menores de infestação.

CASOS CONFIRMADOS

Relatório das atividades de controle da dengue, divulgado esta semana pelo CCZ, constata que em 2005 foram notificados 275 casos da doença no município, com 80 confirmados. O documento mostra, também, que em seis ciclos bimensais de inspeções domiciliares foram feitas 833.942 visitas para remoção de criadouros do aedes aegypti, com aplicação de produto químico específico para matar as larvas do vetor e medidas de educação sanitária com objetivo de mudar o comportamento da população para não criar em seus domicílios ambientes favoráveis à proliferação do mosquito. Com a mesma finalidade, as inspeções em pontos estratégicos foram feitas em 24 ciclos quinzenais (ferros-velhos, borracharias, cemitério, etc), totalizando 23.951 visitas.

Em parceria com a Secretaria de Atividades e Serviços Urbanos e a Esurb, foi feito, em 2005, o recolhimento de 1.780 toneladas de resíduos sólidos que serviam como criadouros do Aedes. No relatório constam, ainda, confecção e distribuição de 1.281 tampas para vedamento de caixas de água e tambores; 1.286 atividades de educação em saúde em escolas, associações comunitárias, empresas e outros locais. 

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