Prefeitura de MOC entrega obra fora dos padrões

Inaugurado às pressas pela Prefeitura de Montes Claros, Nílson Espoletão não pôde ser aberto à comunidade porque está cheio de irregularidades

Márcia Vieira
O NORTE
31/10/2020 às 09:35.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:55
 (AURÉLIO VIDAL/DIVULGAÇÃO)

(AURÉLIO VIDAL/DIVULGAÇÃO)

Anunciada como uma grande obra para fomentar o esporte em Montes Claros, o campo Nílson Espoletão, no bairro João Botelho, está irregular e inadequado à prática esportiva. A inauguração foi realizada às pressas pela Prefeitura de Montes Claros em função das eleições, mas sem o espaço estar concluído e com problemas que oferecem risco a quem frequentar o local.

Em meio à pandemia, em 12 de agosto, com direito a transmissão ao vivo pelo Facebook, a prefeitura recrutou moradores que estiveram no gabinete para participar da videoconferência com o prefeito. O apresentador, o secretário de Comunicação, Alessandro Freire, usou o adjetivo “supermoderna” para se referir à iluminação colocada no campo e durante a transmissão ressaltou que a estrutura estaria pronta, mas temporariamente fechada em razão da pandemia. 

O próprio prefeito Humberto Souto, em sua fala, deixou escapar que a inauguração era emergencial em razão das eleições. “Só temos até o dia 14 para inaugurar obras, por causa das eleições”, disse à época.

Mas o que foi entregue à população está muito longe de favorecer a qualidade de vida por meio da prática esportiva ou atividades de lazer. O jornalista esportivo Nairlan Clayton disse que gostaria de comemorar a inauguração, já que o estádio leva o nome do pai dele. Mas, na prática, ele diz que a obra representa risco.

“Não precisa ser engenheiro para perceber. Qualquer pessoa que entenda minimamente de esporte bate os olhos e identifica o perigo. Os postes de iluminação foram colocados dentro do campo. Eles deveriam estar depois do alambrado. O gramado está ok, mas um jogador correndo dentro do campo pode esbarrar em um poste. O risco de acidente é iminente. É uma tragédia anunciada”, declarou.
 
FORA DO PADRÃO
O organizador de eventos C.A. ressaltou o caráter precário da obra e alertou que, pelos decretos municipais, o campo poderia estar servindo a atividades esportivas mas, dois meses depois de inaugurado, não há nenhuma sinalização de correção das obras.

“O campo não atende as medidas oficiais. Não fizeram as traves com a altura mínima, a distância do alambrado e marcação de campo não estão adequadas e não passou pela Federação Mineira para aprovação. Eles chumbaram uns postes e fizeram uma coisa qualquer para inaugurar. Se um jogador se machucar, sofrer um traumatismo craniano, mesmo em campeonatos amadores, a responsabilidade recai também sobre os órgãos oficiais”, disse.
 
SEM DIÁLOGO
Ele reclamou que a administração municipal é “fechada e não há qualquer possibilidade de diálogo dos representantes do esporte com a secretaria. Eles não têm cedido os espaços para uso da população. Quando procuramos a secretaria para agendar, eles dizem que já tem eventos marcados, mas quando a gente passa lá, não tem nada acontecendo. Os campeonatos esportivos, como o do bairro Major Prates, não estão recebendo nenhum apoio da administração”, pontuou.

De acordo com o tenente Luís Fernando, do Corpo de Bombeiros, a emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) focada em segurança contra incêndio e pânico ainda está em tramitação e não foi concluída. O titular da Secretaria de Comunicação, Alessandro Freire, não respondeu aos questionamentos da reportagem.


 

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