Prefeitura de MOC deixa Shopping Popular em situação precária

Telhado com falhas, banheiros quebrados e falta de limpeza são problemas do prédio

Márcia Vieira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
26/08/2020 às 09:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:22
 (fotos Divulgação)

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Telhado com várias falhas, banheiros sem portas e torneiras, tetos de gesso quebrados expondo canos e fiação. Esses são alguns dos vários problemas que o prédio que abriga o Shopping Popular, no Centro de Montes Claros, apresenta. Precariedade que expõe lojistas, funcionários e frequentadores. Os comerciantes reclamam das condições do centro de compras e denunciam um quadro de abandono do imóvel, que abriga 200 lojas divididas em quatro andares.

“Depois de três meses com as lojas fechadas nós voltamos e nos deparamos com o prédio sujo e mais estragado do que quando deixamos. Eles poderiam ter aproveitado o tempo fechado para fazer os reparos, mas conseguiram danificar ainda mais”, disse o comerciante L.F., acrescentando que “a pior parte é ter que colocar a mão no bolso para pagar um condomínio vendo o shopping nessas condições”.

Os lojistas foram autorizados a voltar ao trabalho há poucos dias e foram surpreendidos pela cobrança de aluguel e condomínio, dos quatro meses parados, de uma só vez, agora em agosto. Alguns tiveram que recorrer a empréstimos bancários para quitar a dívida.
 
VAQUINHA
Em todos os pisos os banheiros apresentam condições impróprias para uso, com equipamentos quebrados e entupimentos. Em um dos andares, o banheiro masculino recebeu uma torneira nova graças a uma vaquinha realizada por 30 lojistas.

“Tomamos a iniciativa porque, quando voltamos, os jardins da área externa estavam sujos, com o mato alto. Nos juntamos e com o dinheiro arrecadado pagamos uma pessoa para limpar o jardim. O que sobrou compramos lâmpadas para o corredor que estava escuro e a torneira. São três anos com uma torneira quebrada e eles não foram capazes de consertar”, declara Isaque Leal.

O comerciante, que está no Shopping Popular desde a inauguração, ressalta que o local nunca esteve tão abandonado e avalia que a situação contribui para afastar o consumidor. “As administrações passadas sempre cuidaram da limpeza no entorno. Nesta, não cuidam nem do lado de fora e muito menos dentro do prédio. Quem é que vai ter coragem de vir aqui sabendo que não tem nem um banheiro para usar? O shopping já foi um lugar atrativo e as pessoas tinham segurança para vir aqui comprar. Do jeito que está não tem como atrair cliente”, lamenta.
 
USO DE DROGAS
No quarto piso a situação de abandono fica ainda mais evidente, com o telhado quebrado e bancos empilhados no local onde havia um restaurante. De acordo com os lojistas, no espaço aberto e sem vigilância é comum a presença de usuários de entorpecentes, que entram e saem durante o funcionamento do shopping sem serem incomodados.

“Virou terra de ninguém. Não somos nós que devemos chamar a atenção. A gerência do shopping tem que cuidar da manutenção do espaço. Não é só cobrar. A gente paga e não tem nada em troca. Não é justo, principalmente agora que todo mundo tem que pagar caro mesmo sem ter movimento”, declara um lojista do quarto piso que pediu para não ser identificado.

Em conversa com a reportagem, o presidente do Prevmoc, autarquia que administra o Shopping Popular, Eustáquio Saraiva, afirmou que não há recurso suficiente para reformar as instalações do Shopping e que foi feita uma opção por realizar a troca da rede elétrica, atendendo as normas do Corpo de Bombeiros, para que o prédio não fosse interditado. Os banheiros, segundo ele, ficaram para uma segunda etapa.

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