Prefeitura criticada por não incentivar comerciantes do mercado

Jornal O Norte
29/04/2006 às 10:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:34

Samuel Nunes


Repórter


samuelnunes@onorte.net

O mercado central de Montes Claros é um lugar onde pessoas da cidade e da zona rural se encontram para colocar o papo em dia e, principalmente, fazer a feira de frutas, verduras, carnes e outros produtos. No entanto, a realidade que a reportagem presenciou é preocupante e, sobretudo, triste, porque as reclamações dos feirantes são as mais diversas.




(fotos: Wilson Medeiros)

O Norte conversou com alguns comerciantes que chegam a vender por dia apenas R$ 4, o que tem desanimado muita gente de continuar trabalhando naquele local. Um bruaqueiro que preferiu não se identificar conta que, em três meses de trabalho, vendeu apenas R$ 200.

A maioria dos comerciantes lembra que é preciso que seja feito algum incentivo ou mesmo isenção de impostos, para que o lucro melhore. Ressaltam que o mercado tem que ser mostrado mais na mídia, para que as pessoas vejam a sua importância.

José Jairo da Silva é comerciante no mercado há 30 anos e trabalha vendendo frutas e verduras desde criança, no antigo mercado da Rua Coronel Joaquim Costa. Ele conta que acorda às três e meia da manhã e às seis já está no mercado trabalhando para o sustento da sua família:

– Meu maior movimento está na rua, já que o que faço aqui no mercado em termos de venda não dá para eu sustentar minha família. O movimento está nada bom.

REIVINDICAÇÕES

Durante o tempo (duas horas) em que a reportagem esteve nas dependências do mercado central, várias pessoas se manifestaram de maneira contundente e até certo ponto desesperadora quanto à situação atual do mercado. O próprio José Jairo é enfático ao afirmar que é preciso um incentivo por parte da administração municipal no sentido de tornar o mercado mais conhecido perante a população da região e, sobretudo, mostrar sua importância para com as pessoas que vêm a Moc de outros centros do país.

Ele reclama da falta de ventiladores no mercado. Segundo José Jairo, as verduras que são vendidas ali, devido ao forte calor que predomina na cidade, se perdem em grande parte, causando prejuízos aos comerciantes. Ele reclama também da falta de limpeza e de estrutura dos banheiros do mercado, que precisam de reforma.

Outro comerciante que mostra preocupação com o quadro atual é Lourenço Pereira Lopes, que há 16 anos trabalha no mercado. Ele calcula que o movimento no mercado caiu 80%.

– Para que o movimento melhore são necessários mais terminais de ônibus, já que aqui só tem uma linha, o que é um absurdo.

Uma maneira que Lourenço aponta para melhorar o movimento no mercado é a volta da feirinha de carros para o estacionamento. Segundo ele, essa seria uma maneira de tornar o mercado mais movimentado e o resultado disso poderia ser o aumento das vendas.

LOCALIZAÇÃO

Outra reclamação dos comerciantes é quanto à localização do mercado. Dizem que o acesso ao mercado é difícil e, para reverter essa situação, é necessária a construção de uma ponte ou de um entorno na Avenida Sanitária, mais próximo ao mercado. Os comerciantes entendem que a avenida, junto com o seu trânsito e as constantes multas aplicadas sem piedade pelos guardas da Transmontes, vêm tirando muita gente do mercado.

Outra queixa se refere à Rua Marechal Deodoro, onde o acesso é complicado, devido à não observância de mão dupla em toda a sua extensão, prejudicando os fregueses que desejam chegar por ela até o mercado.




Alfreu Freitas Abreu, presidente dos açougueiros:


contra feirinha de autmóveis


O presidente do Sindicato do comercio varejista de carnes frescas, Alfreu Freitas Abreu, que também trabalha no mercado, diz que falta união entre os comerciantes que, segundo, não têm falado a mesma língua. Sobre a sugestão da volta da feirinha de carros, se diz contra, pois ela poderia atrapalhar os feirantes...

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