Pia cheia, caixa d’água vazia

Moradores do Santos Reis ficam mais de uma semana sem abastecimento

Leonardo Queiroz
Montes Claros
18/08/2018 às 07:29.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:59
 (HELLEN AQUINO/DIVULGAÇÃO)

(HELLEN AQUINO/DIVULGAÇÃO)

Pia sempre cheia de vasilha suja, filtro sem água, tanque lotado de roupa para lavar. Uma situação difícil em uma casa com um bebê de apenas 8 meses. A rotina de Cintia Melo de Souza, moradora da rua Antônio Lopes da Silva, no bairro Santos Reis, inclui ficar vigiando a caixa d’água para ver se o líquido precioso e raro chegou. Na última quarta-feira completou oito dias sem uma gota entrando no reservatório.

“Estamos cansados de reclamar. Está ficando casa vez mais difícil com essa falta de abastecimento. Muitas casas nesta mesma rua estão afetadas pela falta de água”, reclamou. Na quinta-feira, o recurso começou a chegar, mas pouco e sem pressão suficiente para encher a caixa. Ontem, o que havia entrado no reservatório não dava para colocar a casa em ordem.

A situação se repete em outros imóveis do bairro. Já são dez dias com pouquíssima ou nenhuma água nas caixas. De acordo com os moradores, o serviço é precário, a falta de abastecimento é recorrente e muitas famílias têm sofrido com a falta de informação por parte da Copasa.

“A água não tem pressão para subir até algumas casas e nada foi feito para nos ajudar. Esse mesmo problema aconteceu no ano passado. Compramos baldes de 25 litros e uma outra caixa d’água. Mesmo com dificuldade, temos enchido alguns galões de água em outros lugares e estocando em casa para emergência, mas, mesmo assim, está ficando cada vez mais difícil”, reclama a moradora Hellen Cristina Alves de Aquino.
 
RISCO
E a prática de estocar água é responsável por um grande problema em Montes Claros – proliferação de focos do Aedes aegypti, o mosquito da dengue. Essa é a principal causa apontada pelo Centro de Controle de Zoonoses pelo fato de o município estar com risco de surto da doença.

O índice de infestação na cidade, segundo o último LirAa, é de 8% – o dobro do limite mínimo de 4%, a partir do qual fica caracterizado o risco de surto.

Segundo Hellen Aquino, um técnico da Copasa tem visitado o bairro, mas nada foi feito para amenizar o problema dos moradores. “Crianças e idosos acabam sofrendo com esse problema que persiste a cada ano. Em 2017 eles mandaram um carro-pipa para ajudar no problema. Nesse ano, nada foi feito. A água que aparamos na última quarta foi fraca e não deu para encher os baldes. Ficamos mais uma vez na expectativa do abastecimento, mas tememos ficar mais oito dias sem o serviço”, completou.

A assessoria de comunicação da Copasa informou que o abastecimento havia sido ampliado e normalizado na última quinta-feira, o que foi negado ontem pelos moradores.

Ainda segundo a empresa, um problema foi detectado no último sábado na captação do Rebentão dos Ferros e corrigido na segunda-feira, o que teria prejudicado o abastecimento no bairro.

A Copasa ainda pontua que furtos de fiação ocorridos em poços também têm afetado o nível dos reservatórios, já que ficam paralisados, comprometendo o abastecimento no município.

  

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