Os campeões da dengue em MOC

Em três bairros com alto índice de infestação, O NORTE encontrou cenários de sujeira e descaso

Manoel Freitas
O Norte - Montes Claros
25/01/2020 às 06:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:25
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Lixo deixado nas calçadas, quintais repletos de material que acumula água, lotes vagos abandonados, sem qualquer tipo de limpeza, e tambores e caixas d’água sem tampa. Esse é o cenário que O NORTE encontrou em três dos cinco bairros campeões de infestação por focos do mosquito da dengue em Montes Claros. Na última semana, o jornal mostrou que o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LirAa), realizado na cidade entre 6 e 8 de janeiro, detectou uma taxa de 10,3% – índice dez vezes superior ao considerado seguro pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Mas esse é o índice médio na cidade, que representa risco de epidemia da doença. Há pelo menos 17 bairros com taxa de infestação por larvas do mosquito acima de 20%. E nos locais visitados por O NORTE nesta semana os índices ultrapassam 30%. No bairro Maria Cândida, líder do ranking, a taxa encontrada pelos agentes de zoonoses é de 38,4%. Isso quer dizer que, de cada dez casas vistoriadas, praticamente quatro têm focos do Aedes. A situação encontrada não deixa dúvidas de que o município, outra vez, caminha na direção de epidemia de dengue. DESCASODistante 4,6 km do Centro da cidade, o Maria Cândida tem nos lotes vagos e imóveis fechados um dos principais problemas. Situação que leva os moradores a denunciarem a falta de ação da Prefeitura de Montes Claros para resolver a questão. O medo de que possam contrair dengue, zika ou chikungunya, principalmente nas famílias com crianças, está presente. Mas também é evidente o descaso dos próprios moradores com o local onde vivem. A dificuldade para ter acesso às residências, com calçadas tomadas por lixo e entulho, já indica que a sujeira e o acúmulo de água são desafios que a Secretaria Municipal de Saúde precisa vencer dia a dia para afastar a ameaça de epidemia. A moradora Benícia Graice Damasceno, mãe de quatro filhas, diz que na rua Visconde de Taunay “o perigo mora ao lado”. Um lote com mais de 500 metros quadrados está há anos trancado. Não há notícia de que o proprietário tenha sido notificado ou multado pelo município. “Eu já tive dengue quando morava no bairro Santa Rafaela”, conta a moradora, que teme ser vítima da doença novamente. “Lá o problema foi justamente porque tinha um terreno baldio ao lado de casa. Por isso, acho que a prefeitura deveria arrebentar o cadeado e limpar o terreno. Se eu contrair a doença novamente, será a versão hemorrágica, sem contar que eu tenho criança em casa”, lamenta. Leia mais: Perigo está em casa  

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