Onda de incêndios

Parques são atingidos pelo fogo, que ameaça principal reserva de MOC

Manoel Freitas
17/09/2019 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:47

As queimadas têm feito estragos em Montes Claros nos últimos dias. Áreas de grande importância ambiental para o município arderam em chamas, exigindo uma ação intensiva do Corpo de Bombeiros e de brigadistas voluntários. O combate às chamas é dificultado, nesse período, pelos fortes ventos e baixa umidade do ar, que favorecem a propagação do fogo.

A Serra do Mel foi uma das áreas mais afetadas por incêndios no fim de semana. A reserva também já havia sido castigada no mesmo período de 2018.

Com vegetação seca e alta, o primeiro foco foi registrado às 5h de domingo. Os trabalhos de combate foram realizados durante todo o dia e interrompidos à noite. Na manhã desta segunda-feira (16), os Bombeiros voltaram ao local para combater as chamas, mas o incêndio ganhou força à tarde, em função do vento forte e secura das matas. 

Levantamentos apontam que a região mais afetada foi justamente a cumeeira – onde a Mata Seca era mais preservada –, embora o início do fogo tenha ocorrido no Sul.

As chamas também precisaram ser combatidas no Parque Municipal Guimarães Rosa, localizado entre dois bairros de classe média alta da cidade – Ibituruna e Morada do Sol. O fogo começou na área por volta das 13h de domingo.

Rapidamente, bombeiros e voluntários se mobilizaram em função da possibilidade de o fogo atingir os 15 mil hectares do Parque Estadual da Lapa Grande, uma das maiores unidades de conservação ambiental em área urbana do país, responsável por 35% do abastecimento de água de Montes Claros.

De acordo com o 7º Batalhão do Corpo de Bombeiros, que além de Montes Claros atende mais 80 municípios da região, no domingo outros incêndios florestais foram controlados nos bairros Distrito Industrial e Delfino Magalhães.
 
DEVASTAÇÃO
Imagens obtidas pelo drone do Instituto Grande Sertão (IGS) apontaram a exata dimensão dos estragos na Serra do Mel: 64 hectares. Foram constatados vários focos isolados dentro da área queimada. “A torcida agora é para que o calor e o vento, que vão se acentuando, não propaguem o fogo para novas áreas”, afirma o ambientalista Eduardo Gomes, presidente do IGS.

No combate às chamas na Serra do Mel, os Bombeiros contaram, além da ação dos voluntários, com o suporte dos integrantes da Brigada 1, que tem “30 brigadistas experientes, inclusive em combate noturno”, conforme destacou a coordenadora do grupo, Maria de Fátima Procópio.

Os trabalhos continuavam na tarde de ontem e imagens mostravam que a brasa voltou a provocar chamas. 

SAIBA MAIS
Ocorrências crescem 44% em Minas neste ano
O Corpo de Bombeiros em Minas tem tido muito trabalho em 2019. Até agosto deste ano, 11.960 queimadas foram registradas. O aumento é de 44%, se comparado a igual período de 2018, quando o socorro foi solicitado 8.251 vezes.

O total de hectares devastado chega a 3,3 mil, apenas nas unidades de conservação. Para se ter uma ideia do estrago, é como se 3,3 mil campos de futebol tivessem virado cinzas. Equipes de combate, no entanto, acreditam que há subnotificação, pois parte dos danos não foi calculada.

O clima seco, típico desta época do ano, favorece a proliferação de focos de incêndio. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) reforça que, neste período, o Previncêndio tem mais trabalho no combate às queimadas. 

Os termômetros em alta e a umidade baixa tendem a se intensificar em setembro. Em Montes Claros, os termômetros bateram os 40 graus na semana passada e a umidade do ar tem ficado
em torno de 15% a 18%.


 

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