Obra na avenida Vicente Guimarães espalha sujeira e causa transtorno em MOC

Márcia Vieira
O Norte
09/05/2020 às 01:14.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:28
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Moradores da região sul da cidade cobram da Prefeitura de Montes Claros uma fiscalização mais rigorosa da obra na avenida Vicente Guimarães. Os trabalhos já foram interrompidos diversas vezes e a intervenção parece não ter fim. E em tempos de pandemia, o temor aumenta.

A terra retirada diariamente do local é proveniente de esgoto e, durante o transporte até o local de despejo, resíduos e poeira ficam pelo meio do caminho. Além do mau cheiro, as vias por onde passam os caminhões estão sujas e esburacadas. A mais afetada é a avenida Tito Versiani.

Um empresário que mora na região diz que já acompanhou o caminhão para ver onde seriam despejados os dejetos. A trilha percorrida leva à saída para Pirapora. Ele lamenta que os cuidados para proteger a população não sejam tomados pela administração municipal.

“É terra misturada com água suja que eles retiram do esgoto. Poderiam ao menos cobrir o caminhão com uma lona para impactar menos no meio ambiente e na saúde dos moradores. A prefeitura é responsável pela obra e é obrigação dela fiscalizar”, diz.

A empresária Nilde Muniz reside na avenida Tito Versiani e revela que desde o início da obra os gastos com medicamentos e produtos de limpeza sofreram aumento considerável.

“Sou alérgica e estou gastando muito com remédio. Tenho sofrido. Está uma sujeira muito grande. Jogam água para abaixar a poeira, mas não adianta. Meu marido chegou a dizer que a terra tem coliformes fecais e pode deixar a rua contaminada. A terra vai juntando nos cantos da via e se acumulando. Temos que fazer a limpeza da casa várias vezes”, reclama Nilde.

Outro problema citado pela moradora diz respeito à deterioração da pista. “A gente vê carros passando o dia inteiro e o baque é forte. As mercadorias caem das carrocerias dos veículos que trafegam por aqui. Tem um buraco imenso na pista que foi causado pelo peso dos caminhões”, complementa.
 
DANO À SAÚDE
O médico pneumologista João Antônio Pimenta afirma que é pequena a probabilidade de a terra contaminar os moradores, a menos que eles tenham contato direto com o que é deixado para trás. Mas alerta que, para quem é alérgico, como no caso de Nilde, a situação pode piorar. “Já os profissionais de saúde devem estar com os EPIs, porque, para eles, que trabalham em contato direto com o produto, assim como os garis, o risco é maior”.

Toda a avenida Tito Versiani está comprometida. Bem próximo à Vicente Guimarães os comércios também foram afetados pela poeira e lama. A empresária do ramo de floricultura, Helena Matos, que também reside no local, diz que o pai é idoso e teve agravados os problemas de saúde com a quantidade de terra deixada na avenida. Helena foi obrigada a mandá-lo para outra cidade até a “poeira abaixar”.

“Enchiam dois caminhões de 10 em 10 minutos. Era barro puro. Ao passar, deixavam a terra na porta da loja. Tivemos que usar enxada para retirar. Fui lá três vezes, falei com o engenheiro e eles mandaram um caminhão jogar água. Só que piorou a situação. Virou um lamaçal. Minha filha deixou de vir aqui, tive que mandar o carro para o lava-jato e eles é que deveriam pagar essa conta”, reclama Helena, que teve prejuízo material e perdeu clientes pela impossibilidade de tráfego na porta da loja.

O secretário de Infraestrutura e Planejamento Urbano, Guilherme Guimarães, informou que o bota-fora viável para receber a terra retirada da obra é o lixão, na saída para Pirapora. “A via de acesso é a avenida Tito Versiani. Toda obra gera transtornos. Pedimos desculpa aos moradores, mas era preciso fazer esse transporte. A previsão para cessar com este transporte é de mais dez dias. A escavação agora é do Major Prates até a avenida e a terra retirada deste local não tem contaminação”. Sobre os estragos na avenida, o secretário disse que, assim que terminar a obra, a via será recuperada.

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