A paralisação de uma reforma na escola de educação infantil do bairro Chiquinho Guimarães tem prolongado o sacrifício de pais e crianças que deveriam ser atendidas na comunidade. O Cemei Raimundo Neto, fechado há vários meses para passar pelas intervenções, está completamente abandonado, sem previsão de retomada das atividades.
O local, que deveria estar abrigando crianças, cedeu espaço para depósito de lixo, é alvo de vandalismo e serve até de estábulo para cavalos.
A situação de abandono pautou a fala de vereadores ligados à educação e tem causado revolta na comunidade. “Infelizmente, a situação é deplorável. A obra está sendo depredada. É um espaço interessante que deveria ser utilizado pelos moradores. A população corre o risco de se infectar com o lixo jogado lá ou ser picada por animais peçonhentos. Faço um apelo aqui para chegar às autoridades”, diz o psicólogo e morador do bairro Jorge Acbas.
O vereador Daniel Dias visitou o espaço como membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal, acompanhado de outros integrantes, e constatou o impacto da inutilização do espaço.
“Corre-se o risco de perder o que já foi feito, uma vez que, sem vigilância, o equipamento pode ser furtado e deteriorado pela ação do tempo. Estivemos lá com a comissão e encaminhamos requerimento ao prefeito pedindo uma definição. Precisamos saber se a prefeitura vai ou não concluir a obra e como será feita. Após a visita, a secretária nos informou que está fazendo uma planilha de custos”, afirma Daniel Dias.
O parlamentar ressalta que, além do prejuízo financeiro, o fechamento do Cemei Raimundo Neto, que atendia mais de 300 crianças, exigiu a transferência de alunos para outros espaços, já sobrecarregados.
“A maior parte dos alunos foi para o Cemei Solar de Jesus. Outra parte para o Cemei Mundo da Criança, no Caic do Maracanã, que está sobrecarregado, porque já atende os bairros Cyro dos Anjos, Mangues e o próprio Chiquinho Guimarães. Não tem salas para abrigar mais alunos e existe uma lista de espera de 70 crianças”, complementa.
SAIBA MAIS
Nova licitação e mais demoraNo local funcionava também o Centro de Convívio, que recebia alunos por meio do Programa Educação Tempo Integral, implantada na gestão anterior e encerrada pelo prefeito Humberto Souto.
“Queremos, além da escola, a retomada do Centro de Convívio, que era um espaço de apoio importante para a população e aberto aos alunos de outros bairros. Os alunos ficavam ali no contraturno e participavam de atividades educativas, esportivas e de recreação”, pontuou o vereador Daniel Dias.
A Secretaria Municipal de Educação informou que a obra precisa passar por uma nova licitação para ser retomada e o processo estaria em andamento. O custo aproximado é de R$ 800 mil e o dinheiro é do tesouro municipal. A previsão de conclusão depois de licitada é de, no mínimo, oito meses.
Sobre a vigilância no local, a secretaria informou que é de responsabilidade da Defesa Social. O NORTE entrou em contato com o titular da pasta, mas até o fechamento desta edição não conseguimos retorno.