Novos casos de HIV quase dobram em Montes Claros

Número de pessoas atendidas no HU, referência da região, passou de 38, em 2019, para 62 neste ano; situação preocupa médicos

Leonardo Queiroz
O NORTE
02/12/2020 às 07:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:12
 (arquivo pessoal)

(arquivo pessoal)

O número de pacientes diagnosticados com HIV/Aids neste ano no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), em Montes Claros, quase dobrou em relação ao ano passado. Segundo dados do setor de Infectologia do Centro de Atendimento e Especialidades Tancredo Neves (Caetan) da unidade de saúde, até agora foram diagnosticados 62 casos, contra 38 em 2019. Os números preocupam e destacam a importância da campanha de conscientização para prevenção contra a doença. Nesta terça-feira, foi celebrado o Dia Mundial da Luta contra Aids.

As principais formas de prevenção são o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão.

De acordo com o Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores de Aids em Montes Claros (Grappa) já foram registrados 19 novos casos (16 homens e 3 mulheres) de HIV/Aids na ONG, que completa 29 anos de fundação e com histórico de mais de 2 mil pessoas atendidas no Norte de Minas.
 
BLITZ EDUCATIVA
Ontem, Dia Mundial da Luta contra Aids, foi realizada uma Blitz Educativa em frente ao HUCF, como ação preventiva no “Dezembro Vermelho”. O evento foi realizado pelo Grappa, que também fez panfletagem educativa na praça Dr. Carlos Versiane, no Centro de Montes Claros. Ao longo do mês serão realizadas várias atividades com palestras, capacitação de profissionais em UBS/EFS, lives e ronda noturna.

No próximo sábado (5) acontecerá um drive thru no Parque Sagarana para arrecadar alimentos para a instituição. 

O Grappa assiste mais de 800 famílias de Montes Claros e de outros 69 municípios do Norte de Minas. “Nos últimos meses tivemos uma média de 259 atendimentos pelo Grappa, que se deu também através do teleatendimento em virtude da pandemia de Covid-19. Para nós, esse número é considerado baixo. Durante todo o ano realizamos campanhas de prevenção e promoção à saúde, principalmente em escolas, faculdades e empresas privadas. Porém, neste ano, em virtude da pandemia ficou mais difícil, pois tivemos que cumprir vários decretos”, explica Maurina Carvalho, presidente do Grappa.
 
REFERÊNCIA
O Hospital Universitário Clemente de Faria é considerado referência para a região nos atendimentos a pacientes com HIV/Aids. A superintendente da unidade, Priscilla Izabella Barros de Menezes, ressalta a importância de oferecer um atendimento de qualidade a estes pacientes. “É importante ressaltarmos que, mesmo diante da pandemia, os setores de infectologia do Caetan e do HU mantiveram a continuidade da assistência aos pacientes, seguindo todas as medidas de segurança e protocolos orientados pelo Ministério da Saúde (MS), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as determinações do município de Montes Claros via Secretaria Municipal de Saúde (SMS)”, pondera.

Os pacientes encontram na unidade toda a assistência de que necessitam. “O Caetan realiza o acompanhamento ambulatorial dos pacientes por meio de atendimento de infectologistas, psicólogos e enfermeiros. Além disso, há a liberação e orientação adequada das medicações pela farmacêutica responsável, uma vez que a manutenção das cargas virais baixas dos pacientes e do uso correto e contínuo dos medicamentos é importante para o total sucesso no tratamento dos clientes assistidos”, destaca a enfermeira Jane Tolentino, coordenadora do setor de Enfermagem do Caetan.

Aumento entre jovens
No Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV, segundo dados do Ministério da Saúde: 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, enquanto em 2018 eram 593.594.

O Ministério da Saúde estima que cerca de

10 mil casos de Aids foram evitados no país, no período de 2015 a 2019. Os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros, concentraram o maior número de casos. 

O Ministério da Saúde lançou ontem a Campanha de Prevenção ao HIV/Aids, com o slogan: “HIV/Aids. Faça o teste. Se der positivo, inicie o tratamento”.
*Com Agência Brasil

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