Novo decreto impõe portas fechadas em MOC até o dia 30

Márcia Vieira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
21/04/2020 às 02:41.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:19
 (Arquivo Pessoal Levy Castilho)

(Arquivo Pessoal Levy Castilho)

Com a notificação de mais um óbito sob suspeita de Covid-19, ocorrido no último sábado, a Prefeitura de Montes Claros não abre brecha para flexibilizar as atividades econômicas na cidade e prorroga, por meio de mais um decreto, o fechamento do comércio até 30 de abril. A previsão anterior era de que as lojas pudessem ser reabertas a partir desta terça-feira, 21 de abril. O documento alerta que os serviços não essenciais estão suspensos até segunda ordem.

Montes Claros registra, até o momento, cinco casos confirmados da doença e uma morte, ocorrida em 1º de abril. Outra está sendo investigada. O município tem 1.207 notificações, com 288 casos ainda sendo investigados – 914 já foram descartados. Nove pacientes de Montes Claros seguem internados e mais dois de outros municípios.

Apesar do quadro, uma parcela da população tem outro entendimento sobre a situação e começou, nesta segunda-feira, a recolher assinaturas pedindo a reabertura do comércio e a retomada das atividades.

É o caso do comerciante e policial aposentado Levy Castilho, que organizou o movimento para colher assinaturas e pleitear a reabertura. “Se observar a curva em Minas Gerais vai ver que a nossa região está privilegiada em comparação às outras. A taxa de ocupação dos hospitais não justifica deixar de abrir o comércio. Não podemos nos acovardar e deixar tanta gente prejudicada”, disse Levy, que assumiu a organização do manifesto na Praça Dr. Carlos. Ele reitera que as manifestações vão prosseguir até que os comerciantes sejam ouvidos.

“Nós já tivemos 300 assinaturas. Mas ainda se tivéssemos duas, levaríamos adiante. O vírus vai pegar todo mundo. O isolamento é para dar tempo ao município de preparar o sistema de saúde, mas não estamos vendo nenhuma ação da prefeitura”, disse o lojista.

Ele conta que o shopping popular, por exemplo, é de comerciantes que produzem em uma semana o que vão comer na outra. “Não vimos a prefeitura falar que vai perdoar dívidas de aluguel das lojas ou condomínio. A única isenção que ele deu até agora foi de IPTU, que apenas prorrogou”, explica Levy.

A representante comercial Cláudia Mendes trabalha com a venda de equipamentos odontológicos. Com a suspensão dos serviços, está 100% parada, sem outra fonte de renda. Ela foi uma das pessoas a assinar o documento.

“Não sei nem o que pensar. Todas as clínicas estão fechadas, atendendo só emergência. Acho que ninguém sabe quando vai acontecer o pico, então, não é justo parar tudo esperando estatística. Fico muito sentida por todos que estão na mesma situação. Com as medidas de segurança adequadas, é possível voltar”, diz.

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