No meio do caos, novas formas de fazer negócio ganham vida

Empresas tiveram que se reinventar e abusar da criatividade para não morrerem

Adriana Queiroz
Repórter
21/08/2021 às 00:42.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:43
 (Divulgação)

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Em um período de crise social, econômica e de saúde gerada pelo novo coronavírus, a atuação de entidades de apoio a profissionais e negócios ganhou papel ainda de mais destaque. São elas que têm condições, pela força e estrutura de representação que possuem, de ajudar na caminhada de empresas.

Assim se coloca a Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Montes Claros, que vem apoiando o setor produtivo local para enfrentar as adversidades dos últimos 17 meses. Nosso bate-papo de hoje é com a vice-presidente da entidade, Gislayne de Jesus Lopes Pinheiro, que fala sobre as ações realizadas para impedir um prejuízo ainda maior para a economia regional com as incertezas impostas pelo novo coronavírus.
 
Qual a importância da ACI, que celebra 72 anos neste ano?
Desde a sua fundação, em 31 de dezembro de 1949, a entidade tem sido a mais forte e representativa das associações profissionais e econômicas do Norte de Minas. Envolvida com as questões políticas e administrativas da cidade, a associação se dedicou ao desafio de promover o desenvolvimento socioeconômico em Montes Claros e Norte de Minas. Apoiada pela Federaminas e pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a ACI sempre teve como vocação defender e promover os interesses da classe produtiva, nos seguimentos de comércio, indústria e serviços. São sete décadas de luta por melhorias coletivas, com incansável espírito de união e cooperação.
 
Cite as principais ações nas quais a ACI tem se engajado? 
A ACI sempre se mostrou ativa como entidade de classe, desenvolvendo atividades nos mais diversos setores. Podemos destacar a campanha para a ligação de Montes Claros à Rio-Bahia; asfaltamento da BR-040; criação da Fundação Educacional de Montes Claros (Escola Técnica); ligações das BR-251 (MOC-Rio/Bahia); BR-122 (ligação Espinosa) e BR-135 (Montes Claros- Januária). Além disso, o Hospital Aroldo Tourinho renasceu com a campanha comunitária “Ajude-nos a dar saúde”, coordenada pela ACI, tornando-se referência do Unicef como Hospital Amigo da Criança. Também estão na pauta da ACI a implantação da Cooperativa de Crédito dos Pequenos Empresários, Microempresários, e Microempreendedores de Montes Claros (Sicoob Credinosso); parceria com o Dnit para realização da licitação de recuperação da BR-135; elaboração e doação ao Dnit de Projeto de Restauração, Melhoramento e ampliação da BR-135; implantação do Programa de Complementação Educacional (Proe), além de várias outras ações.
 
Quais são as missões para a vice-presidência? 
A vice-presidência tem como principal atribuição dividir com a presidência a tomada de decisões e diretrizes da entidade, bem como apoiar na extensa agenda a ser cumprida, em substituições e representação da entidade nos mais diversos eventos que precisa comparecer e acompanhar.
 
Como a ACI tem atuado junto a comércio e indústria durante a pandemia?
A ACI participou ativamente no Comitê de Crise Municipal, instituído para conter a propagação da Covid-19, ocupando cadeira cativa, a fim de também defender os interesses da classe produtiva nas decisões municipais, buscando minimizar os impactos que os decretos restritivos trouxeram para o setor. Levou apoio às associações próprias, no sentido de propiciar a reabertura segura do comércio, sem limitação de tempo e pessoas, além de atuação junto às imobiliárias para prorrogação/negociação de aluguéis. Atuou ainda junto ao município e Estado com intuito de ajuste e prorrogação para pagamento de impostos, também com finalidade de evitar o endividamento dos empresários.
 
Quais os desafios do setor na pandemia? 
Apesar dos inúmeros prejuízos trazidos para a economia de forma geral, em especial os setores de comércio e serviço, a pandemia do coronavírus trouxe a possibilidade de desenvolver novas formas de fazer negócios, de enxergar um consumidor atento às redes sociais, ao comércio eletrônico, menos presente nas lojas físicas, mas ávido por consumir no formato “fique em casa”.
 
Tem alguma área que se sobressaiu nesse período, com negócios em expansão?
Um dos setores que mais cresceu com isto foi o de alimentação, onde houve significativa evolução para atender o consumo remoto. Percebemos um crescimento significativo do comércio digital, por meio das plataformas de e-commerce. Neste sentido, inclusive, a Fenics 2020 teve como mote a capacitação dos comerciantes locais para se adequar a esta nova realidade econômica, e com o apoio do Sebrae, trouxe palestras e grandes oportunidades para aqueles que ainda não tinham se atentado para necessidade de adequação. 
 
Como está a indústria norte-mineira? O Norte de Minas tem se saído bem na geração de emprego?
A indústria norte-mineira e de Montes Claros, em especial, tem se destacado com a instalação de gigantes da área farmacêutica e de laboratórios em nosso parque industrial, o que tem movimentado o setor de construção civil do município, gerando, de imediato, emprego e renda. Inclusive Montes Claros vai receber uma nova indústria farmacêutica, que vai atuar na fabricação de vários medicamentos, dentre eles anestésicos e narcoanalgésicos utilizados no chamado “kit intubação” de pacientes graves de Covid-19.
 
Como fortalecer o comércio nesse período de tanta adversidade? 
O comércio, na verdade, precisa se reinventar, porque, segundo os especialistas, mesmo após a pandemia, nada será como antes, razão porque a união de forças para este processo de transição rumo a um novo perfil de consumo se faz indispensável.

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