(Vitor Costa)
Pontos de ônibus que deveriam oferecer o mínimo de conforto a passageiros estão degradados em bairros de Montes Claros. Tomados pelo mato, com assentos quebrados ou proteção insuficiente contra sol e chuva, são alvo de queixas de usuários que no ano passado viram a tarifa do transporte coletivo na cidade subir 9,61% e atingir R$ 2,85.
Em setembro de 2017, O NORTE registrou a situação dos abrigos no Centro. Precariedade que se repete longe do coração da cidade: há estruturas para embarque e desembarque abandonadas e danificadas em vários bairros.
Kamila Souza mora no Nossa Senhora das Graças e precisa ir até o JK todos os dias para estudar. No trajeto, o que mais vê são pontos de ônibus desgastados. “Os bancos estão quebrados e ninguém conserta. Com o preço que pagamos pela passagem era para estar melhor. Isso é um descaso com quem precisa do serviço”.
A aposentada Lenice Mattos costuma utilizar o lotação pela manhã e questiona o avanço do mato nos pontos do Ibituruna. “É um bairro muito deserto. Com pontos tomados pelo mato fica perigoso esperar o ônibus sozinha, então caminho até o ponto próximo do shopping, porque se aparecer uma cobra aqui eu não sei o que fazer. Quando chove, não tem como ficar aqui, então prefiro chamar um carro por aplicativo”.
ABANDONO
No ponto de ônibus em frente ao Mercado Municipal Christo Raeff a situação, diz a doméstica Raquel Lima, é ainda pior: a estrutura está enferrujada e a cobertura, deteriorada. “O ponto fede e a insegurança é grande. Quando venta muito, tenho a sensação de que vai despencar”, conta.
A parada onde ela aguarda o ônibus fica ocupada por colchões e cobertores de moradores de rua, o que gera insegurança na doméstica. “À noite dá medo, às vezes nem o ônibus para. Faço de tudo para terminar o que tenho que fazer no Centro antes de escurecer, senão tenho que mudar de ponto”, desabafa.
O pedreiro Adalberto Lopes reclama que poucos pontos têm cobertura e que vários não têm assentos em boa situação. “O que me deixa chateado é ter que esperar na chuva ou no sol um transporte que não está barato. Mas quem comanda (a cidade) não precisa utilizar o coletivo, né!?”.
A redação de O NORTE tentou contato com a prefeitura para saber a respeito da manutenção dos locais e uma posição em relação às queixas dos passageiros, mas não obteve retorno.