
Um casal gay acusa o Max Mim Clube de crime de homofobia. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, a cabeleireira Isabela Farias conta que um funcionário do clube pediu para ela e a esposa se “comportarem” – a situação teria ocorrido após as duas terem dado um pequeno beijo.
O caso ocorreu no fim de semana passado, mas só ontem os vídeos feitos por Isabela tomaram conta das redes sociais. Ela e a esposa não são sócias do clube e estavam lá, com a filha de 7 anos, a convite de um amigo.
Segundo a cabeleireira, após dar um “selinho” na esposa, ela teria sido repreendida por um funcionário que ameaçou colocá-las para fora do clube, caso a situação se repetisse.
“Quando fomos abordadas, a reação da minha esposa foi se retrair. A minha foi questionar o funcionário sobre o porquê de estarmos sendo advertidas. No momento que ele revelou o motivo (um selinho na piscina), imediatamente o avisei de que o que eles estavam fazendo tratava-se de crime de homofobia e que caberia processo se eles não se retratassem”, diz Isabela, afirmando que o funcionário do clube virou as costas e a deixou falando sozinha.
A cabeleireira conta que no momento não chamou a polícia, pois só pensava em proteger a filha de um escândalo. Porém, assim que a família saiu do clube, procurou a Polícia Militar para registrar o fato, mas foi informada de que para esse tipo de crime é necessário que a vítima permaneça no local até a chegada dos militares e tenha testemunhas que comprovem a abordagem homofóbica.
“Agora estamos correndo atrás do registro por uma delegacia especializada, sendo que a mais próxima fica em Belo Horizonte. Embora homofobia seja crime, o sistema não colabora com a vítima”.
Em nota, o Max Mim Clube informou que apura as supostas acusações que teriam ocorrido nas suas dependências e que repudia, veementemente, qualquer manifestação preconceituosa.
CRIME
Desde junho deste ano, homofobia é crime, equiparado ao racismo. Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia.
O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais informou que vai acompanhar o caso e se comprovado o crime de homofobia, tomará as providências cabíveis.
“Quase fomos expulsas por dar um selinho. Essa recriminação não acontece com casais heteros”, diz a cabeleireira Isabela Farias