(DIANA MAIA)
Um homem foi morto ontem pela manhã durante operação da Polícia Militar para a libertação de uma família mantida refém no bairro Cândida Câmara, em Montes Claros. Inconformado com o fim do relacionamento, Guilherme Pereira, de 28 anos, mantinha em cárcere a ex-namorada, a filha, de 10 anos, e a mãe dela, de 54.
A polícia foi acionada e tentou fazer negociações com o homem que, ao ver os militares, tornou-se mais agressivo e passou a esfaquear a ex-namorada. A avó também foi agredida, mas a criança conseguiu escapar da fúria do agressor, trancando-se no banheiro.
Segundo informações da PM, o homem era natural de Capitão Enéas, trabalhava em um bar em Montes Claros e tinha mandado de prisão expedido pela Justiça pelo crime de estupro ocorrido em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
NEGOCIAÇÕES
Conforme os militares, Guilherme não aceitava o fim do namoro e invadiu a casa da vítima. Após ser acionada pelo 190, a polícia encaminhou guarnições para o local.
Quando os policiais entraram na casa e tentaram fazer as negociações para libertar as três vítimas, o homem atingiu a ex-namorada com dois golpes de faca – um no rosto e outro no pescoço.
Para que a mulher não fosse morta, segundo a PM, foi necessária a ação policial que baleou o autor no braço, tórax e cabeça. Guilherme morreu no local.
“A PM decidiu intervir em favor da vida da vítima. Durante a negociação, ele tomou atitude que despertou alerta, porque estava ao lado da vítima com faca no pescoço o tempo todo mas, em determinado momento, ele foi pra cima dela. Quando ele montou sobre ela e fez menção de golpe, a PM não teve alternativa e efetuou os disparos”, disse o tenente Ricardo Pardim.
As três vítimas foram encaminhadas ao hospital pelo Samu e, de acordo com profissionais da unidade, elas se encontravam estáveis até o fechamento desta edição.
A equipe da Delegacia Especializada de Homicídios, chefiada pelo delegado Bruno Rezende, esteve no local, onde foi recolhida a faca usada no crime, além de roupas, cartas escritas pelo suspeito para a vítima, celular.
O corpo foi encaminhado para o Posto Médico Legal. A Polícia Civil instaurou Inquérito policial para apurar as circunstâncias dos fatos.
Por causa da ação, o policial que efetuou os disparos deverá se apresentar à Polícia Judiciária Militar, como é praxe nestes casos.