Moradores cobram obra em ponte do Sapucaia há 2 meses

Interdição aconteceu após cabeceira do elevado ruir; obra ainda está na fase do projeto estrutural

Márcia Vieira
O Norte
29/04/2020 às 01:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:23
 (Adriana Queiroz)

(Adriana Queiroz)

Moradores da região do bairro Sapucaia denunciam descaso da administração municipal com o local. Segundo o relato de um deles à reportagem, são várias situações que revelam o descuido, mas a mais grave delas é a falta de solução para liberar uma ponte que liga o bairro a outros na zona sul da cidade e ao Centro.

“São mais ou menos dois meses. A ponte caiu porque não foi feita uma cabeceira de maneira adequada e, com a chuva, a sustentação não suportou. O que aconteceu foi que eles (servidores da prefeitura) vieram aqui, colocaram uma faixa interditando e não voltaram”, disse o comerciante Émerson Acipreste, acrescentando que a demora não tem a ver com a pandemia, já que o ocorrido foi bem antes. De acordo com o morador, são cerca de 200 casas no local.

“A gente tem que dar a volta pelo Jardim Liberdade e são mais seis quilômetros para percorrer. Tem as pessoas que trabalham nas casas aqui e têm que dar uma volta a pé, inclusive correndo risco, já que o bairro também não tem iluminação. As linhas de coletivo não passam nos fins de semana e feriados; na semana, quando vêm, não entram no bairro”, arremata Émerson.

O advogado Farley Soares Menezes é morador do bairro Ibituruna e utilizava a ponte diariamente. Hipertenso, o advogado teme os riscos impostos pela mudança no trajeto, em tempos de pandemia.

“Eu fazia este trajeto praticamente todos os dias para trabalhar. Agora estou em casa, mas quando preciso sair para comprar remédio ou devido a alguma outra eventualidade, tenho que passar por locais onde há mais pessoas circulando. Apesar de as aglomerações não serem permitidas, tem bastante gente nas ruas e a exposição fica maior. Cada vez que saio de casa, é uma preocupação a mais”, diz o advogado.

Como ex- servidor público, Farley acredita que a resolução não seja complexa e dependa da boa vontade do município.

“A própria Esurb (autarquia da prefeitura) poderia fazer o serviço, por meio de dispensa de licitação, e creio que não levaria mais de uma semana para resolver. Foi por falta de manutenção que se chegou a essa situação”, avalia.

O secretário Municipal de Infraestrutura e Planejamento Urbano, Guilherme Guimarães, informou à reportagem que o projeto estrutural está sendo finalizado esta semana e que a execução está prevista para o próximo mês. 

A secretaria ainda não tem o valor total da obra e declara que a intervenção poderá ser feita pelo processo licitatório convencional, que demora, mas que devido à característica da obra existe a possibilidade de fazer a contratação emergencial, respeitando todas as características originais.

“Isso não foi decidido ainda. Estamos concluindo o projeto estrutural. A obra não gasta menos do que 30 dias, porque é profunda, tem que fazer a limpeza para então fazer uma cortina de concreto de oito metros de profundidade. A ponte está segura, mas o maciço de terra caiu, a cortina foi embora. A obra é mais antiga e foi se deteriorando até cair. Está interditada. Recomendamos que os pedestres não a utilizem”, disse Guilherme.

Sobre a lacuna de cerca de dois meses para dar uma resposta aos moradores, o secretário disse que estava aguardando passar o período de chuvas.

Questionado sobre a falta de iluminação no bairro, o secretário disse que a reclamação do morador deve ser feita pelo aplicativo da prefeitura para que a situação seja avaliada. Em relação ao prazo, pontuou que cada caso é único e tem que ser avaliado.

O presidente da MCTrans não foi encontrado para falar sobre a situação reclamada pelo morador em relação ao transporte coletivo.


 

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