MOC entra na terceira onda de flexibilização do comércio, mas cuidados devem continuar

Outras regiões tiveram que retroceder na flexibilização após alta de casos

Márcia Vieira*
O Norte
05/06/2020 às 09:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:41
 (Leo Queiroz)

(Leo Queiroz)

Teve início nesta quinta-feira mais uma etapa da flexibilização do comércio em Montes Claros. Agora começou a vigorar a terceira onda, que permite o funcionamento de lojas de decoração, design e paisagismo, clubes de serviço (como Rotary e Maçonarias), estacionamentos, lojas de joias e bijuterias, escolas de formação de condutores e a prestação de serviços por profissionais liberais.

As comemorações particulares também estão permitidas, desde que respeitem o limite de 20 pessoas no local.

O programa “Montes Claros Avança” foi criado nos moldes do “Minas Consciente”, adotado pelo Estado, e segue a implantação de ondas que permitem a abertura gradual do comércio e serviços.

“Estávamos totalmente parados. É bem-vindo este retorno. Estamos finalizando os preparativos e vamos retornar com as nossas aulas na segunda-feira”, diz Tatiane Gonçalves, proprietária de autoescola, que conta com 33 funcionários. Ela suspendeu temporariamente os contratos e, com a autorização da prefeitura, todos retornam ao trabalho na segunda-feira.

Tatiane explica que, embora o espaço físico tenha capacidade para até 40 pessoas, vai receber 35 alunos por vez, de acordo com as normas impostas pelo Detran.

Na loja, os bebedouros foram lacrados, foram colocadas proteção nas mesas, disponibilizado álcool em gel e os veículos deverão ser higienizados antes e depois de cada aula prática.

Um único produto para higienização dos carros custa, em média, R$ 50, com 5 litros. Para ela, a fiscalização tem que ser rigorosa, caso contrário, uns pagam pelos outros.

“Tem as medidas do Detran, que são muitas, e as da prefeitura. Espero que todas as outras autoescolas cumpram as regras, porque nós gastamos muito para implantar as medidas. Eu aposto na flexibilização, mas se um fizer e o outro não, fica difícil, vem a questão da saúde e acaba prejudicando quem trabalha certo”, diz ela, que não quer o retrocesso nas medidas.

Retrocesso que está acontecendo em outras regiões do Estado, onde a flexibilização da quarentena resultou em aumento dos casos de Covid. Nas macrorregiões Noroeste e Leste, as prefeituras tiveram que voltar atrás nesta semana e permitir apenas o funcionamento de serviços essenciais. O governador Romeu Zema pediu à população que colabore e continue com as medidas de segurança, só saindo de casa por extrema necessidade.
 
OTIMISMO
Renata Araújo, funcionária de uma loja de bijuterias e cosméticos no Centro da cidade, comemora o retorno das atividades. “Neste primeiro dia já notamos uma diferença. Passamos por um momento difícil, mas temos uma boa expectativa, até mesmo pelo feedback dos clientes que vieram à loja e estão felizes em poder entrar e escolher o produto”, afirma.

Renata garante que estão tomando todos os cuidados necessários, como a limitação do número de pessoas dentro da loja, uso de máscara e disponibilização de álcool em gel. “Estamos otimistas”, diz.

Apesar do aumento do número de casos de Covid-19 em Montes Claros – 78 nesta quinta-feira –, a prefeitura acredita que a evolução da doença não tem a ver com o avanço das etapas.

Em entrevista, o secretário de Comunicação da Prefeitura, Alessandro Freire, disse que “os estabelecimentos que estão sendo liberados têm que exigir a máscara, disponibilizar o álcool e manter o distanciamento. Com os cuidados que estão sendo tomados, a gente acredita que as coisas vão andar dentro da normalidade”.

SAIBA MAIS
A primeira etapa da reabertura deu uma injeção de ânimo aos lojistas, avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernandes Ferreira. O avanço na flexibilização, para ele, tende a contribuir com a recuperação econômica. “O comércio de móveis foi aquecido com o trabalho em home-office. Houve muita procura por mesas e cadeiras. Muita gente saiu em busca de serviços de conserto, manutenção de equipamentos e outros. Então, houve uma pequena recuperação. É importante tirar essa angústia e ansiedade do empresário”, afirma.

Mas Ernandes ressalta que não se pode baixar a guarda com as medidas de segurança. “Não podemos relaxar. Pedimos que as pessoas evitem sair em grupos, deixe apenas uma pessoa da família sair para fazer as compras. Quem tiver a opção comprar on-line, que continue fazendo. E também orientamos os comerciantes para que façam rodízio de funcionários, para não ter muita gente ao mesmo tempo utilizando o transporte público”, alertou.

*Colaborou Leo Queiroz

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