(srs/divulgação)
A confirmação de um caso de sarampo em Montes Claros nesta semana coloca a cidade e a região em alerta para tentar barrar novas ocorrências. O diagnóstico positivo foi em um bebê de seis meses assistido em um berçário. Os exames foram realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
O diagnóstico levou a Diretoria Regional de Saúde a intensificar as ações de prevenção e orientar os municípios da necessidade de se completar o esquema vacinal em crianças e adultos.
Em Montes Claros, a cobertura vacinal com a primeira dose atingiu apenas 74,65% do público até novembro, bem abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância da SRS, Agna Menezes, destaca que a campanha de multivacinação foi encerrada em 30 de novembro e a vacina contra sarampo integrou o calendário nacional de imunização. No entanto, diante da confirmação do caso, foi necessário iniciar um protocolo específico.
“Existem situações excepcionais, como nesse caso de Montes Claros. Solicitamos a autorização para fazer o que a gente chama de dose zero. Então, as crianças menores de um ano que tiveram contato com esse bebê positivo deverão tomar essa dose”, explica Agna.
Segundo ela, a vacina contra sarampo recebida de seis meses a 11 meses não conta como esquema vacinal. “Por isso, quando a criança completar um ano, ela vai tomar a dose normalmente”, ensina.
Para frear a doença, a Regional insiste no trabalho de alerta e conscientização dos gestores para a necessidade da vacina.
“A orientação é que seja administrada a primeira dose aos 12 meses e a segunda dose aos 15 meses de idade. Pessoas entre um e 29 anos e que tenham uma dose comprovada no cartão devem receber a segunda dose e completar o esquema. As pessoas nessa idade que não tomaram nenhuma dose ou não tenham o registro no cartão devem ser orientadas a tomar as duas doses. Já entre 30 e 59 anos e que não tenha registro da vacina, deve tomar uma dose do imunizante”, esclarece Agna Menezes.
A cuidadora Ester Nunes se enquadra na faixa dos 30 anos e não sabe dizer se foi ou não vacinada, mas preocupou-se com a notícia. “Sei que sarampo não é exclusivo de crianças. Vou verificar o cartão de vacina e, se existir o risco, vou me vacinar sim, não tenho dúvida”, diz.
O secretário de Saúde de Coração de Jesus, Guilherme Leal, afirma que, embora o município não tenha registrado nenhum caso da doença, vem seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e se atentando às notas técnicas para estar atualizado quanto às ações pertinentes ao combate ao sarampo.
A Prefeitura de Montes Claros informou que a vacina contra sarampo está disponível em todas as salas de vacinação do município e para as idades indicadas.
Sintomas da doença
O sarampo é transmitido por meio de tosse, espirro e fala. Os sintomas iniciais da doença são febre, tosse, irritação nos olhos, falta de apetite, nariz entupido e mal-estar. Manchas brancas na parte interna da bochecha são sinais de alerta.
Nos dias posteriores, podem aparecer manchas vermelhas na pele e, caso a febre persista, significa agravamento da doença, especialmente em crianças menores de 5 anos de idade.
Segundo a Fiocruz, dos três vírus combatidos pela vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), o sarampo é considerado o mais perigoso. Segundo a recomendação oficial, por ser de alto contágio, é preciso que pelo menos 95% das pessoas tenham sido vacinadas no Brasil para que o sarampo não se espalhe. Caso contrário, basta ter uma única pessoa não vacinada em uma cidade para que o vírus trazido por um infectado consiga chegar a ela.