(breno esaki/agência saúde df/divulgação)
Montes Claros registrou nesta terça-feira o maior número de novos casos de Covid-19 em apenas 24 horas desde que o município começou a divulgar o boletim epidemiológico, em outubro de 2020. Foram 747 confirmações, número 33% superior aos 561 registrados em 30 de março do ano passado – que era o maior até então.
Com esses novos registros, a cidade soma 48.203 casos positivos da doença. Também foi anotada uma morte neste último balanço, totalizando 992 desde o início da pandemia.
Os aumentos de casos vêm ocorrendo desde o início deste mês, com agravamento na segunda quinzena. O cenário é reflexo do avanço da variante Ômicron – considerada mais transmissível – e também do relaxamento com os cuidados em função das festas de fim de ano e viagens.
De acordo com o infectologista João Canela, esses dados já eram esperados, face às características da variante atual que, segundo ele, tem alta transmissibilidade e baixa patogenicidade.
Ou seja, cresce o número de pessoas infectadas, mas com menor gravidade no quadro da doença, o que faz com que internações e mortes não avancem no mesmo ritmo.
Nesta terça-feira, a ocupação de leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 aumentou em Montes Claros. Cerca de 90% dos leitos clínicos estavam sendo utilizados. Já os leitos de UTI, também para Covid, estavam com 54% de ocupação. A taxa de transmissão do novo coronavírus na região Macronorte está em 1,08 – considerada de alerta.
“O que está salvando é a vacinação. Felizmente, a variante chegou em um momento em que as pessoas estão imunizadas, mas isso não minimiza o problema, que é crítico. Mostra que o coronavírus está longe de se tornar uma endemia”, diz o infectologista Estevão Urbano.
PIOR ONDA
O médico reforça que o potencial de contaminação da cepa Ômicron já provoca a pior onda no território mineiro.
Na avaliação do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, o novo pico da pandemia está cada vez mais próximo em Minas. O maior registro de infectados em até 24 horas deve ser alcançado até 1º de fevereiro, segundo projeção do gestor.
A estimativa é a de que as notificações irão se manter em alta nos próximos dias. Uma tendência de queda deve ser observada apenas em meados de fevereiro.
Autoridades de saúde e infectologistas têm repetido invariavelmente que as medidas sanitárias contra a Covid não podem ser ignoradas.
Por nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que, apesar do cenário da pandemia e a taxa de ocupação de leitos, não foi identificado risco assistencial no Estado.
Uma nova reunião, no âmbito do programa Minas Consciente, deverá ser realizada na próxima quinta-feira (27), quando os indicadores serão novamente avaliados pelo Centro de Operações Emergenciais em Saúde (COES).
Diante deste cenário e para evitar que os dados relacionados à doença continuem disparando, Baccheretti orienta que a população busque o reforço na vacinação.