MOC adota barreiras sanitárias para cercar a Covid-19 e quem chegar à cidade será avaliado

Márcia Vieira
O Norte
01/05/2020 às 02:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:24
 (Ascom Prefeitura)

(Ascom Prefeitura)

Com 15 casos confirmados e a segunda morte por Covid-19 registrada nesta quinta-feira, Montes Claros volta a endurecer as medidas de combate à doença. Foram publicados novos decretos com medidas a serem adotadas de imediato pela população e a prorrogação de outras.

Uma das principais é a criação de barreiras sanitárias na cidade. O Decreto 4.036, que entra em vigor a partir desta sexta-feira (1º), determina que toda pessoa que entrar em Montes Claros, vinda de outros municípios, será submetida às regras de quarentena.

Se o visitante apresentar sintomas gripais, deverá fazer o isolamento por 14 dias. E em casos assintomáticos, deverá permanecer em isolamento por sete dias como medida de segurança.

A exceção é para as categorias dos caminhoneiros, pilotos e motoristas que estejam na cidade em razão do trabalho, desde que não apresentem sintomas como febre, coriza, dor de garganta ou dificuldade para respirar. Se apresentarem esses sinais, não poderão sair da residência ou hospedagem dentro do período estipulado.

Questionado sobre como a medida vai funcionar, na prática, o procurador municipal, Otávio Rocha, disse que “serão colocadas pulseiras vermelhas em quem vai ficar em isolamento por 14 dias e laranja em quem vai ficar por sete dias.

“Criamos equipes de busca ativa que irão até o local onde a pessoa vai ficar para acompanhar se realmente elas estão guardando o isolamento. A mesma medida será utilizada para aqueles que foram notificados como suspeitos da doença”, disse Otávio.

O procurador afirmou ainda que as empresas de transporte terrestre ou aéreo deverão colaborar na situação, notificando as pessoas que chegam à cidade, bem como os proprietários de hotéis. As empresas deverão colher dados como endereço, e-mail e telefone para visitação.

“Não há interesse em punir. É uma medida mais educativa. Mas o descumprimento das regras é um mal à sociedade, passível até de medida criminal, mas o objetivo não é esse. É guardar a segurança da sociedade”, complementou o procurador.

A multa para quem descumprir o decreto varia de 10 a 200 Unidades de Referência Fiscal de Montes Claros (URF-MC), além de cassação do alvará de funcionamento por um ano do estabelecimento que não respeitar a obrigatoriedade da notificação.

Para o prestador de serviços D.S., o temor é de que seja mais uma medida ineficaz se não houver uma fiscalização efetiva. “Acho que isso funciona mais em cidades menores. Em Montes Claros pode ser mais difícil colocar em prática”, diz.
 
COMÉRCIO
A reabertura do comércio, já pedida pelas entidades de classe, não vai acontecer antes de 10 de maio. A nova data consta também do decreto editado ontem. Pelo documento anterior, o fechamento estava definido até ontem.

A administração diz que o prefeito está tratando da situação em reuniões com as entidades e a abertura não pode acontecer antes de serem tomadas as medidas de precaução.

A comerciante D.L., que tem loja no Shopping Popular, lamenta a ausência de fiscalização e diz que as regras não valem para todos. “O shopping popular não pode abrir, mas no centro muitos comércios estão funcionando normalmente e há uma grande aglomeração de pessoas. Injusto demais”, declara.

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