MOC é 4°no Estado em mortes por Chagas

Em 2018, 41 pessoas morreram infectadas; neste ano, 22

Christine Antonini
19/07/2019 às 06:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:36
 (DIONE AFONSO/HOJE EM DIA/arquivo)

(DIONE AFONSO/HOJE EM DIA/arquivo)

Em menos de dois anos, 323 pessoas morreram devido à doença de Chagas no Norte do Estado. Montes Claros lidera o ranking da região e é a quarta cidade mineira com mais registros de óbitos em decorrência da doença: foram 41 óbitos no ano passado e 22 neste ano, perdendo apenas para Belo Horizonte (98 registros), Uberlândia (78) e Uberaba (68).

Em 2018, nos municípios norte-mineiros, pelo menos 97 pessoas foram diagnosticadas com Chagas crônica. Neste ano, até o momento, já são 58 casos da doença. Nos seis primeiros meses de 2019, 110 pessoas morreram - as principais cidades com óbitos são Montes Claros (21) e São Francisco (6).

Relatório do Centro de Controle de Zoonose (CCZ) de Montes Claros aponta que é na zona rural o maior índice de infestação do “barbeiro” transmissor – com 582 insetos recolhidos ano passado e 140 neste primeiro semestre. Na área urbana foram 34 e 26, respectivamente. Entre os bairros com maior incidência estão São Geraldo, Ibituruna, Carmelo e Amazonas.

O cardiologista Wilson Prado pontua que a doença quando causa insuficiência cardíaca aguda e pode matar em poucos dias. Já a forma crônica, que corresponde à grande maioria dos casos, pode evoluir por décadas, dependendo das características da pessoa e do agente causador da doença.

“Não há um tratamento específico eficaz para a cura da doença crônica. No entanto, quando há manifestações cardíacas ou digestivas há medicamentos que podem prevenir complicações e retardar a evolução da doença”, explica o especialista, que atende no Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira.

Ainda segundo Prado, alguns pacientes necessitam implantar marca-passo e até se submeter à cirurgia cardíaca ou do trato digestório.
 
BOM EVITAR
A prevenção da doença está intimamente relacionada à forma de transmissão. Segundo a ambientalista Thallyta Maria Vieira, uma das formas de controle é evitar que o inseto conhecido como barbeiro forme colônias dentro das residências. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.

“Há várias espécies de ‘barbeiros’ que possuem competência vetorial, isso é, que podem transferir o parasita que causa doença de Chagas. Ao encontrar um barbeiro é necessário proteger a mão, coletar o inseto (vivo), colocá-lo em um pote com furos pequenos na tampa. Depois levar ao Centro de Controle de Zoonose para fazer a análise das fezes do inseto. Se tiver o protozoário, o CCZ fará ações de combate no local”, explica.
 
TRANSMISSÃO
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. O barbeiro é um inseto e o principal hospedeiro desse protozoário, que se alimenta de sangue e tem hábitos noturnos.

Segundo Thallyta Vieira, nem todos os barbeiros são contaminados – a doença de chagas pode ser sintomática ou não.

“Os testes são gratuitos e enviamos os documentos para o Núcleo de Vigilância Epidemio-lógica do Estado. Se for positivo para Chagas, solicitamos medicamento, sorologias com resultados reagentes, porém com métodos diferentes para ter certeza do diagnóstico”, afirma Nilce Almeida Lima Fagundes, técnica de doença de Chagas humana, febre maculosa, influenza e planilha de notificações de agravos.

Expresso 21Grão Mogol recebe até domingo o projeto que tem como objetivo diagnosticar a doença de Chagas. Outras três cidades fazem parte do projeto. Confira:De 22 a 23 – EspinosaDe 24 a 26 – Montes ClarosDia 27 – Lassance
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