MCTrans deixa bairro sem ônibus

Moradores fizeram manifestação para chamar atenção das autoridades; queixas de atraso e perigo nos coletivos

Márcia Vieira
09/05/2019 às 07:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:34
 (Aurélio Vidal/Divulgação)

(Aurélio Vidal/Divulgação)

Cansados de esperar por uma solução da Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito (MCTrans), cerca de 50 moradores do Bairro São Geraldo II fizeram ontem uma manifestação pacífica. A ideia era chamar a atenção das autoridades para os atrasos das linhas de transporte coletivo que atendem à região.

Durante o protesto, mantiveram um ônibus como “refém” e exigiram a presença de um representante da MCtrans ou da empresa que opera o serviço na região. Os próprios manifestantes chamaram a polícia e registraram um Boletim de Ocorrência.

De acordo com Hílton César Leite, morador que liderou o movimento, o registro foi para garantir a segurança do grupo, que cobra “apenas que o município cumpra as obrigações”.

Segundo ele, esta semana os ônibus que deveriam chegar às 5h30 no São Geraldo deixaram de circular por dois dias e a empresa não teria justificado a falta do transporte. Além disso, reforça, teriam sido retirados três dos sete veículos que iam até o bairro.

“Funcionários foram advertidos no serviço porque não conseguiram chegar. Eu mesmo trabalho em empresa de transporte de cargas e o carro tem horário certo para descarregar. Tenho que pegar o carro em Montes Claros e chegar na hora marcada em Belo Horizonte. Infelizmente não consegui, comuniquei minha empresa e eles foram penalizados porque não conseguiram cumprir o horário”, disse.

Comunidade reclama também da situação dos veículos, desgastados e quebrados, colocando em risco a vida dos passageiros. Hílton viveu uma situação de risco há cerca de uma semana e teme pelo pior.

“Estava em um carro que soltou a roda dianteira. Felizmente o motorista conseguiu jogar o ônibus para o canteiro do posto. Poderia ter acontecido uma tragédia. Outro carro está com os vidros trincados do lado do motorista. O alçapão é de madeira e quando a gente pisa, afunda. A porta fecha apenas de um lado e, do outro, fica balançando. Um dos pontos de ônibus está dentro de um matagal e não oferece nenhuma comodidade ou segurança aos moradores. É perigo por todos os lados”, relata.
 
OUTRO LADO
José Wilson Guimarães, presidente MCTrans, foi acionado. Pelo telefone, numa chamada em viva-voz, disse aos moradores do São Geraldo que o funcionário que fiscaliza o serviço está de férias. E alegou que os atrasos nos horários dos coletivos acontecem em razão de recapeamento de vias próximas à rodoviária.

“Os atrasos acontecem há mais de um ano e já reclamamos”, rebateu Hílton.

Representante da concessionária que presta o serviço esteve no local da manifestação e teria prometido aos moradores a imediata substituição dos veículos danificados. Na próxima semana deve haver uma reunião da empresa com os moradores para tratar também do retorno dos três veículos que foram tirados de circulação. A empresa teria também se comprometido a colocar quatro carros circulando no sábado e três no domingo, segundo os moradores.

A Associação de Transporte Coletivo Urbano de Montes Claros (ATCMC), informou que a MCTrans é responsável pelo itinerário dos coletivos e manutenção dos veículos. Cabe ao município acionar a empresa prestadora do serviço, em caso de atraso, alteração ou defeito nos carros.

O presidente da MCTrans não foi encontrado para falar com a reportagem sobre o assunto.

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