Railda Botelho
Repórter
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Não é possível precisar quando a maquina de escrever foi inventada, ou mesmo quando começou a ser fabricada. A primeira patente para uma maquina de escrever teria sido concedida na Inglaterra, para Henrry Mills, em 1713, quando ainda não havia detalhes sobre a máquina em si, ou sobre outros exemplares por ventura fabricados - daí a dúvida se a patente foi concedida especialmente para uma máquina de escrever.
Segundo o historiador Michael Adler, a primeira máquina de escrever, documentada, foi fabricada por um nobre italiano de nome Pellegrino Turri, por volta de 1808, que fabricou um artefato para que uma amiga cega pudesse se corresponder com ele.
A pioneira máquina de escrever, no entanto, não existe mais, mas existem arquivadas algumas das cartas escritas nela.
Em 1868, Cristopher Latham Sholes desenvolveu a idéia que serviu de fundamento para a futura industria de maquinas de escrever. Sholes criou cinco anos mais tarde um exemplar que foi apresentado aos famosos fabricantes de armas, Remington & Sons, de Ilion, Nova York.
Em 1878, a Remington lançou a Remington 2 com vários aperfeiçoamentos, inclusive dotada de mecanismos que possibilitavam datilografar letras maiúsculas e minúsculas.
A máquina era eficiente e durável, e após, um inicio com muitas dificuldades as vendas decolaram, atraindo assim o interesse de outros fabricantes, quando se intensificou a concorrência no mundo inteiro, surgindo a industria de maquinas de escrever, que se instalou de vez no mercado.
A velha máquina de escrever ainda é bastante útil para
determinados tipos de serviços (Foto: Adriano Madureira)
RELÍQUIA NECESSÁRIA
Em Montes Claros, a antiga, mas providencial máquina de escrever ainda tem o seu lugar de destaque em determinados tipos de serviços prestados, como por exemplo, nos escritórios que prestam serviços contábeis, destacando os de contabilidade, alguns já atuando há vários anos na cidade. Esses departamentos, mesmo sabendo da agilidade e da eficiência do computador preferem recorrer aos serviços da máquina de escrever.
De acordo o contabilista Celso Câmara, as máquinas de escrever são ainda essenciais nos escritórios de contabilidade, que as utilizam com freqüência para eventuais tipos de serviços que não podem ser feitos apenas com a ajuda do computador.
- Existem documentos, como os de arrecadação estadual. Quando o pagamento do tributo não ocorre na data estipulada para o licenciamento, não é possível ser feito através do computador, que só imprime o valor do imposto. É aí que buscamos o recurso providencial da máquina de escrever - diz.
Magno Câmara informou que não existe um escritório, que mesmo tendo até mais de um computador não utilize ainda a máquina de escrever, que permanecerá por muito tempo na ativa.
VENDA A PEDIDOS
O empresário José Laerte Rodrigues, proprietário da Palimontes informou que apesar de trabalhar com vendas de computadores de ultima geração, até recentemente, também comercializava alguns exemplares de máquinas de escrever, mas que devido a pouca procura, a loja não comercializa mais o produto, mas segue atendendo aos pedidos feitos por pessoas que ainda adquirem alguns modelos.
Para o empresário, existem muitos serviços, como, por exemplo, o preenchimento de formulários e de guias de imposto de renda que não podem ser realizados sem a ajuda da maquina de escrever.
Jose Afonso Gomes Cordeiro, proprietário do escritório de contabilidade, Afonso contabilidades afirmou que por incrível que pareça existe ainda muita coisa que o computador não realiza, principalmente alguns serviços que são feitos nos escritórios de contabilidade, como o preenchimento do imposto estadual de trânsito, cujo formulário é adquirido nas papelarias, sendo que só dessa forma é que é aceito pelo Detran.
José afirmou ainda que em seu escritório existem três modelos de máquinas de escrever, sendo duas elétricas e uma manual, que são usadas com freqüência, inclusive nas vezes em que o sistema de computadores sai do ar, ou o computador pára de funcionar por algum motivo.