Luta para agendar transporte especial

Portadores de deficiência reclamam de dificuldade para conseguir lugar em ônibus específico para esse público

Vitor Costa, sob supervisão do editor
Montes Claros
05/04/2018 às 06:28.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:11
 (MCTrans/Divulgacao)

(MCTrans/Divulgacao)

Interessados em usar o Transpecial, serviço para o transporte de deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida, reclamam de dificuldades para conseguir o agendamento das viagens. 

Os usuários utilizam o serviço para tratamento médico e locomoção no dia a dia, indo para o trabalho, faculdade e atividades de lazer. 

O funcionário público Marcos Lima mora no bairro Doutor João Alves e relata que já fez uso deste tipo de transporte algumas vezes, mas há quase um ano não conseguiria mais fazer o agendamento.

“(A marcação) É só pela manhã e eu trabalho nesse horário. Não posso ficar ocupando o telefone do meu emprego aguardando um aparelho que não é atendido. A situação é inexplicável”, desabafa.

A dona de casa Luiza Souza tentou agendamento para filha, mas também não conseguiu. “Eu não entendo como um serviço pode ser tão difícil. Precisei levar a minha filha para o Núcleo de Atenção à Saúde no Ibituruna e lá é muito delicado o acesso, porque é apenas uma linha de ônibus para atender à região, muito íngreme. No dia, o ônibus especial estava com uma vaga de retorno, mas não pôde me levar porque eu não possuía agendamento e sairia do itinerário. Não compreendi a justificativa”. 

Sem se identificar, O NORTE tentou realizar o cadastro para agendamento do Transpecial ontem. Atendido na quinta tentativa, o repórter foi aconselhado por um funcionário a procurar uma associação para “acelerar o processo”. Segundo o atendente, isso seria necessário pois dificilmente o solicitante conseguiria aprovação nos critérios da perícia, e demoraria cerca de 30 dias para receber uma resposta. 
 
OUTRO LADO 
Um dos responsáveis pelo setor de agendamento, Carlos Silva explica que o serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 6h às 23h. Há, em média, 900 usuários cadastrados. São dez ônibus adaptados.

“Temos nove carros rodando com 50 vagas nos períodos matutino e diurno. À noite, o número de vagas é reduzido para 20”, diz Carlos Silva. Segundo ele, o décimo Transpecial fica como reserva. “A prioridade do transporte é para saúde, educação e trabalho. Para o credenciamento, a pessoa interessada ou seu representante deve entrar em contato com a MCTrans com laudos médicos e periciais. Após o detalhamento dos itinerários, nós confirmamos o agendamento da viagem por meio de telefonema”. 

De acordo com o presidente da MCTrans, José Wilson Guimarães, a licitação do Transpecial existe há mais de 11 anos, quando a demanda era muito menor, de 400 usuários. 

Sobre a orientação dada pelo funcionário da MCTrans, que sugeriu que o interessado procure uma associação para “acelerar” o processo, o presidente informou que houve um equívoco. “Isso é algo que não existe. Não tem associação que determine isso ou aquilo. As marcações são por ordem de prioridade”, afirma José Wilson.

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