Inflação cai e dá um refresco ao consumidor; IPC em Montes Claros ficou em 0,6% em janeiro

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
06/02/2021 às 00:21.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:07
 (leo queiroz)

(leo queiroz)

Depois de um ano com alta nos preços dos alimentos castigando o orçamento familiar, os montes-clarenses tiveram um alívio na conta de supermercado de janeiro. Os preços continuam a pesar no fim do mês, mas um pouco menos do que em 2020.

Janeiro fechou com uma inflação de 0,6%, inferior à registrada em dezembro (1,05%) e também bem abaixo da anotada no mesmo mês de 2020 (1,71%).

Os dados constam do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Departamento de Economia da Unimontes. A pesquisa mostra que houve uma pequena redução no custo de vida, puxada principalmente por produtos bem populares na mesa do consumidor.

Os destaques de queda de preços foram o leite longa vida (- 4,4%), frango (- 2,76%), óleo de soja (- 1,98%) e arroz (- 1%). Além disso, o valor da carne bovina se manteve estável, assim como do leite tipo C.

Os preços mais baixos nas prateleiras dos supermercados foram observados e comemorados pela estudante Yasmin Ferreira, de 19 anos.

“Pelo fato de morar fora de casa para estudar, eu mesmo faço as compras. Os preços estavam um absurdo no ano passado. Era perceptível a inflação nas alturas. Foi notória essa queda em janeiro”, afirma.

Yasmin destaca a diferença no preço do arroz. “Para mim, o arroz foi um dos itens mais caros no ano passado. E agora notamos essa facilidade nas compras. Mas muitas famílias ainda têm dificuldade de comprar esses itens. Espero que caia um pouco mais e que esse ano seja bem melhor”, diz a estudante.
 
MAIS CONTROLE
A expectativa para fevereiro é otimista, na avaliação da coordenadora do IPC/Unimontes, professora Vânia Vilas Bôas Vieira Lopes. Ela afirma que os indicadores apontam para uma estabilização de preços, especialmente dos alimentos.

“Embora tenhamos que conviver com o reajuste de alguns serviços públicos que têm efeito direto na inflação, a partir do primeiro trimestre espera-se um maior controle dos preços, especialmente dos alimentos. Isso porque em fevereiro começa a colheita das safras. Há uma projeção de safra recorde, com reflexo direto na maior oferta ao mercado consumidor”, destaca a pesquisadora.

No entanto, a coordenadora do IPC/Unimontes mostra cautela para a previsão acima se o cenário da pandemia pelo novo coronavírus continuar severo. 

“Já se identificou uma nova onda da Covid-19 em diversos países, o que torna o abastecimento um problema global, com reflexo direto nas exportações e importações e, consequentemente, na alta dos preços dos alimentos de maior procura no mercado”, explica.

Esse foi o fenômeno que elevou os preços dos alimentos em 2020, principalmente da carne. A produção brasileira foi voltada para a exportação, atraída pela alta demanda externa e pela valorização do dólar. Com isso, houve redução de oferta no mercado interno e, consequentemente, os preços subiram.

Peso maior na cesta básica
Se por um lado a inflação, de um modo geral, caiu em janeiro, por outro, a cesta básica ficou mais pesada. O custo na aquisição dos chamados 13 itens essenciais aumentou na virada de ano de 0,69%, em dezembro, para 0,95% em janeiro. Embora a carne bovina, farinha, pão de sal e café tenham se estabilizado, além da queda no preço do arroz, houve os “vilões” da vez: banana (25,85%), batata (2,72%), feijão (2,65%) e açúcar (2,08%).

Uma alta que penaliza principalmente os assalariados, as famílias de renda mais baixa.

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