Homens ficam sem exame preventivo

Falta de equipamentos na rede pública atrasa diagnóstico do câncer de próstata em Montes Claros

Christine Antonini
Montes Claros
09/11/2017 às 19:46.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:37
 (Christine Antonini)

(Christine Antonini)

Em pleno Novembro Azul, dedicado à conscientização e prevenção ao câncer de próstata, Montes Claros está com problemas para garantir o atendimento preventivo à população masculina. Além da falta de profissionais especializados em urologia no SUS, não há equipamentos para a realização de exames que possam garantir um diagnóstico precoce da doença. O resultado é a demora na identificação de um eventual tumor, o que pode comprometer a eficácia do tratamento e reduzir as possibilidades de cura. 

O vereador Doutor Valdivino (PMDB), que também é médico da rede municipal, afirma que os aparelhos de ultrassom usados no procedimento estão quebrados. 

“Coloca uma faixa azul (representando a campanha) em frente à prefeitura, mas na prática isso não funciona. É realmente preocupante. Somente o bairro Vera Cruz tem 60 exames agendados”, pontua o parlamentar. 

O motorista José Raimundo só conseguiu fazer o exame graças ao mutirão do câncer realizado em abril pela Associação Presente, pois não conseguiu no posto de saúde do bairro. “Fiz em 2015 e não deu nada. Tentei novamente este ano e não consegui marcar. Pelo mutirão, fiz os procedimentos e fui diagnosticado com o câncer”, conta. 
 
CONSEQUÊNCIAS
A demora nos exames pode acarretar uma piora no quadro da pessoa que ainda não sabe que tem o tumor.

O exame de toque feito pela rede particular custa entre R$300 e R$350 na cidade – os exames laboratoriais são feitos à parte. Muitos homens não possuem esse dinheiro e a dificuldade de marcar o exame pela rede municipal de saúde dificulta a descoberta e a notificação dos casos. 

O urologista Evaldo Magalhães afirma que a falta de acesso e o preconceito contribuem para que o homem não faça o procedimento. “O exame deve ser feito após os 40 anos de idade – o homem deve procurar o posto de saúde do bairro para fazer o exame de sangue, demanda que pode ser pedida por um clínico geral. Depois é feito o ultrassom, que serve para medir o tamanho da próstata. Em seguida, o paciente é encaminhado ao urologista, que faz o exame de toque”, diz o especialista. 

O Norte procurou a Secretária de Saúde para verificar quando a situação dos exames de próstata será regularizada, mas até o fechamento desta edição não tivemos retorno. 

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