Guerra reforçada contra o Aedes aegypti em MOC; alta infestação na cidade preocupa

Christine Antonini
O Norte
14/05/2020 às 03:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:30
 (Divulgação CCZ)

(Divulgação CCZ)

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a população ainda tem que enfrentar as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Dengue, zika e chikungunya não têm dado trégua em Minas. E, por esse motivo, os moradores não podem baixar a guarda no combate ao inseto.

Minas Gerais já registrou, neste ano, segundo balanço divulgado em 11 de maio pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), 64.110 casos prováveis (suspeitos mais confirmados) de dengue. No mesmo período, foram notificadas cinco mortes em decorrência da doença nos municípios de Alfenas, Medina, Guaxupé, Itinga e Carneirinho. Há, ainda, 26 óbitos em investigação.

Já a chikungunya fez 1.234 prováveis vítimas, com um óbito suspeito em Campo Belo. Com relação à zika, são 297 casos prováveis, sendo 34 em gestantes.

Em Montes Claros, para reduzir o número de focos do mosquito que fez estragos em 2019 e continua provocando problemas neste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) fez um mapeamento das principais áreas com alta incidência do vetor.

No último mês, em oito bairros da cidade foram notificados 47 casos de dengue. Para evitar que os focos do Aedes continuem a aumentar, o município está realizando ações de combate ao inseto com utilização de veículo equipado com UBV (ultrabaixo volume) cedido pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS).

Inicialmente, o projeto de combate ao Aedes envolve os oito bairros que, neste ano, apresentaram maior incidência de casos notificados de dengue. São eles: Delfino Magalhães, Santa Rita I, Novo Delfino, Vila Sion II, Santo Antônio, Camilo Prates, Jardim Palmeiras I e Alto da Boa Vista.
 
INFESTAÇÃO
A preocupação com o Aedes tem motivos. No início deste ano, o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LirAa) realizado em Montes Claros detectou uma taxa de 10,3% – índice dez vezes superior ao considerado seguro pelo Ministério da Saúde, que é de 1%.

Mas esse é o índice médio, que representa risco de epidemia da doença. Havia, naquela medição, pelo menos 17 bairros com taxa de infestação por larvas do mosquito acima de 20%. Em alguns deles, o índice ultrapassava 30%, como o Maria Cândida, onde foi registrada taxa de 38,4%.

De acordo com a SES, esse apoio com o veículo UBV tem o objetivo de auxiliar o município no bloqueio da transmissão das doenças pelo Aedes, complementando os trabalhos realizados com o equipamento costal.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) monitora frequentemente todas as regiões de Montes Claros, especialmente aquelas que têm moradores com dengue ou outras doenças causadas pelo Aedes.

“Depois do monitoramento, utilizamos o carro fumacê, que solta um veneno capaz de matar somente o Aedes, preservando assim as outras espécies de mosquito, não prejudicando o meio ambiente”, destaca o coordenador do CCZ, Flamarion Cardoso.

O município também realizou, nas últimas semanas, ações de limpeza nesses oito bairros monitorados. Sofás, móveis velhos, entulhos, pneus e todo tipo de material que pode acumular água foram recolhidos.

Segundo Flamarion, neste ano a Zoonoses já tirou das ruas de Montes Claros mais de 500 toneladas de materiais que oferecem risco para proliferação de larvas do Aedes.
 
NORTE DE MINAS
O Norte de Minas registra, neste ano, 380 casos de dengue. O maior índice está em Salinas, com 163 notificações. Em Pirapora, uma pessoa morreu devido à doença.

Com relação à chikungunya, há 23 notificações na região. Lassanse aparece no topo da lista, com 16 casos prováveis. O boletim também aponta seis casos de zika vírus: Lassance registra dois e Bocaiuva, Claros dos Poções, Manga e Rio Pardo de Minas têm um cada.

O coordenador de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos, alerta que os municípios precisam manter ações permanentes de controle do Aedes aegypti para evitar a ocorrência de surtos das doenças, principalmente neste momento de pandemia da Covid-19.

“O aumento de demandas de atendimentos no sistema de saúde dos municípios poderia agravar a situação”, ressalta Valdemar Rodrigues.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por