Grevistas ocupam escada da prefeitura

Servidores da educação cobram vencimentos em dia e temem pelo corte de 80 vagas com extinção de maternal

Manoel Freitas
13/12/2018 às 06:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:32
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Em greve por tempo indeterminado desde a última terça-feira, servidores da educação protestaram ontem nas escadarias da Prefeitura de Montes Claros contra o atraso no pagamento dos vencimentos de novembro. “Prefeito caloteiro, eu quero o meu dinheiro, cumpri o meu dever, eu quero receber”, gritavam os grevistas em coro.

Os educadores protestaram ainda contra a falta de previsão da prefeitura de pagamento do 13º salário; a extinção dos cargos de vice-diretores; a falta de vigilância em escolas; e o não cumprimento pela Secretaria Municipal de Educação de implementação do Plano de Cargos e Salários.

Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Sistema Público Municipal de Montes Claros (Sind-Educamoc), Juliana Miranda diz que há grande insatisfação também com o encerramento das aulas do maternal 1 e 2 na rede de ensino municipal.

“O prefeito não tem uma posição se vai abrir essas turmas em 2019. Isso vai diminuir mais de 80 vagas para professores e também prejudicar a população, pois muitas mães que trabalham, que recebem salário mínimo, precisam de uma vaga no Centro Municipal de Educação Infantil para deixar os filhos nas creches e trabalhar com tranquilidade”, diz a sindicalista.

No início da manhã, para impedir que sindicalistas chegassem ao terceiro andar, além de seguranças e da Guarda Municipal, a administração solicitou a presença de policiais militares, que deixaram o local da manifestação a pedido das lideranças do movimento, sob o argumento de ser pacífico.

Juliana Miranda afirmou ser fraco o argumento do prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (PPS), de que o município passar por dificuldades financeiras.
 
SEM RETORNO
“Ele (o prefeito) pode até estar em dificuldade, mas poderia pelo menos parcelar ou dar uma posição de quando vamos receber, pelo menos uma expectativa”, prossegue, lamentando que “o prefeito não fala nada, não se manifesta”.

Ela também questionou a postura do chefe do Executivo, segundo o qual cabe aos servidores da educação cobrarem do governo do Estado. “Nós somos funcionários municipais, quem tem que cobrar do governo com ações jurídicas é ele, porque não temos alcance no Estado”, concluiu a vice-presidente do Sind-Educamoc.

O secretário municipal de Educação, Benedito Said, negou o encerramento das aulas do maternal 1 e 2. “O que ocorreu foi a antecipação do fim do ano letivo para as crianças de 1 e 2 anos, levando muitas pessoas a acreditarem que não vai continuar a oferta de vagas para essa faixa etária, o que não é verdade, pois as vagas continuam e os professores vão trabalhar do mesmo jeito”, garantiu.

Ele disse que a lei manda atender primeiro crianças de 4 e 5 anos. “E nós estamos fazendo isso, sendo que o cadastro das crianças menores já foi feito e vamos reabri-lo em 15 de janeiro para atender uma demanda que porventura possa existir”, esclareceu.

“Esse conflito de informação decorre da antecipação do final do ano letivo que adotamos em função da crise que o governo do Estado está passando”, informou.

Nas últimas semanas, em função da retenção dos repasses por parte do Estado, o prefeito anunciou que o salário de novembro dos servidores da educação só será pago após a verba ser liberada.

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