Geração de emprego em MOC é menor do que na região

Contratações na maior cidade do Norte de Minas estão no menor patamar dos últimos 11 meses

Márcia Vieira
O NORTE
14/08/2021 às 00:09.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:41
 (carlos alberto/imprensa mg)

(carlos alberto/imprensa mg)

Montes Claros conseguiu gerar 1.874 novos postos de trabalho no primeiro semestre deste ano. O número é 2,05% superior ao do mesmo período do ano passado, mas ainda fica atrás da médica nacional (3,26%), estadual (3,88%) e regional (3,45%).

Dados do Observatório do Trabalho do Norte de Minas da Unimontes apontam que as admissões em empregos formais em todo a região cresceram mais do que na maior cidade norte-mineira.

Sem computar os dados de Montes Claros, a região ostenta uma expansão nas contratações de 4,33%, maior inclusive que a do Estado e do país.

“Embora Montes Claros represente 40% a 45% do total de empregos formais na região, essa outra metade tem crescido mais do que Montes Claros, e isso principalmente ao ritmo das contratações, porque os desligamentos têm acontecido na mesma média do que vinha acontecendo. As admissões perderam fôlego nos últimos três meses principalmente. O ritmo de contratações que vinha acontecendo no início do ano diminuiu muito”, afirma o professor Roney Sindeaux, que coordenou a pesquisa junto com o professor Rogério Furtado.

A diferença entre o percentual de crescimento de vagas em Montes Claros e o das demais cidades do Norte de Minas (em conjunto) era de 82% em maio, e subiu para 111% em junho.
 
APOSTA
“Continuamos com o nosso quadro de contratações extenso e a gente continua investindo no Norte de Minas. Tivemos um crescimento em torno de 5% a 7%. No nosso caso, não houve demissões”, diz Victor Oliveira, sócio-proprietário da empresa VGX Call-Center, que além de Montes Claros tem unidades em Janaúba, Pirapora e Belo Horizonte.

Mas essa não é a realidade da maioria. Os empregos formais na cidade aparecem predominantemente no setor de comércio e serviços e, em virtude da pandemia e permanência das medidas de isolamento, ainda há o receio do empregador em fazer novas contratações, pois a perspectiva de futuro é a incerteza, avalia Roney Sindeaux.

Segundo o professor, em 2020, ano marcado pelo surgimento da pandemia, apesar dos muitos desligamentos e pouca contratação, o saldo em relação a 2019 foi positivo. Mas, neste ano, ainda não aconteceu a esperada recuperação.

“Havia uma expectativa de crescimento muito bom para 2021, mas até o momento não se consolidou. Está menos do que poderia ter acontecido. O que se espera para o segundo semestre é que, com o avanço das políticas de vacinação, a dinâmica do comércio retomando, talvez tenhamos uma recuperação a partir dos próximos meses”, diz.

Roney acredita que o crescimento esperado pode ser observado nos dados que devem sair no final de agosto. “O sinalizador desse quadro é a indústria, que começa a contratar agora e, posteriormente, o comércio, cujas contratações acontecem mais a partir de outubro e novembro”, explica.

Mais novos e mais baratos
A pesquisa revela que 57,2% das contrações até junho de 2021 foram de pessoas do sexo masculino. Já as mulheres representam 42,8% das admissões. Por outro lado, os homens perderam mais o emprego do que as mulheres: 55,7% contra 44,3%. Quanto à faixa etária, houve um aumento de admissões de pessoas entre os 18 e 24 anos. Neste cenário, aparece ainda a migração de atividades.

“Temos trocado trabalhadores com mais experiência, mais idade e salários melhores por trabalhadores mais novos e com salários menores. E houve crescimento de geração de empregos sem empregados, ou seja, empresas em que o próprio dono é o principal agente de trabalho”, diz Roney Sindeaux.

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