Em meio à pandemia, preço da cesta básica dispara em Montes Claros

Índice de aumento nos 5 primeiros meses deste ano é quase o dobro do mesmo período de 2019

Christine Antonini*
O NORTE
27/06/2020 às 03:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:53
 (leo queiroz)

(leo queiroz)

A inflação acumulada da cesta básica nos cinco primeiros meses de 2020 em Montes Claros é quase o dobro da registrada no mesmo período do ano passado. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Unimontes, aponta que entre janeiro e maio, o custo aumentou em 14,05%, contra 8,14% registrado nos cinco primeiros meses de 2019.  Já o acumulado da inflação geral de janeiro a maio deste ano chega a 2,73%. Os vilões desta disparada vieram da horta: batata (30,45%) e tomate (7,38%) apresentaram os maiores percentuais de reajuste. Alimentos muito comuns na mesa dos montes-clarenses. Segundo a pesquisadora e coordenadora do IPC, Vânia Vilas Boas, o cenário de pandemia da Covid-19, especialmente nos últimos três meses, com o isolamento social e a busca mais intensa pelos alimentos considerados mais essenciais, tem efeito direto nesta ascensão.  A variação mês a mês da cesta básica em Montes Claros começou com a inflação de 1,71% em janeiro. Em fevereiro, ainda sem o cenário de pandemia, houve o único registro de deflação, com o percentual negativo de 3,91%. Dali em diante, somando as mudanças de comportamento, com a quarentena e a insistência de muitos em guardar alimentos, os preços dispararam. “Na linguagem popular, esta é a lei da oferta e da procura. Muito interesse por determinado produto vai influenciar na alta de preços. Aliado a isso, mesmo sem ser uma regra geral, houve alguns sinais de especulações de preços e de estoques por parte dos comerciantes”, ressalta a pesquisadora. Ainda comparando a variação de preços mensalmente, em março, a inflação referente à cesta básica foi de 3,59%. Em abril, a disparada mais surpreendente e que parece justificar um acumulado tão alto antes mesmo da virada de semestre. O IPC chegou a 9,25%, o que fez a medição de maio, de 3,11%, parecer um alívio, mesmo sendo a terceira mais alta do ano. PESOOs aumentos têm pesado no bolso da população. “Temos sentido muito a alta dos preços nos supermercados. Com a população sem dinheiro, os produtos deveriam diminuir, mas acabaram aumentando e muito. O valor que usamos para fazer uma determinada compra hoje não se compra a metade, e temos que escolher o que é prioridade para levar”, afirma Lenise Diniz, de 39 anos, advogada e empresária. Segundo ela, que é dona de restaurante, pesquisa de preços e busca por promoções têm que ser feitas. “Ao percorrer os supermercados, dei a sorte de encontrar a parte de hortifrútis toda em promoção. Creio que, com a pouca saída, eles temem a perda e estrago desses produtos. Pelo fato de fazer cotação de compra toda semana para o meu restaurante, tenho percebido o crescimento gradativo nos valores dos produtos”, avalia Lenise. A cesta básica é formada por 13 itens considerados essenciais e calculada com base no salário-mínimo. Integram a pesquisa os preços da carne bovina, leite tipo C, arroz, feijão, farinha de mandioca, tomate, batata, pão de sal, café, banana caturra, açúcar, óleo de soja e margarina. OUTROS PRODUTOSEm maio, o índice da inflação geral na cidade foi de 0,19%, com influência dos hortifrutigranjeiros (pimentão, batata inglesa, chuchu, brócolis, quiabo, banana e tomate). Uma curiosidade no mês anterior foi a alta dos itens em geral, que são mais comuns em momentos de lazer: carne (2,52%), bebidas destiladas (2,86%), cerveja (2,52%) e carvão (9,62%).  O preço de medicamentos também foi reajustado, com destaque para os produtos de tratamento de colesterol (14,33%) e de hipertensão (6,19%). *Colaborou Leo Queiroz   

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