Descaso e poluição tomam conta do Parque Municipal Milton Prates, em Montes Claros

Um dos mais belos cartões-postais da cidade, muito utilizado pela população, sofre com a sujeira e falta de segurança

Adriana Queiroz
O NORTE
15/10/2020 às 23:07.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:48
 (fotos drika queiroz)

(fotos drika queiroz)

A enorme lagoa que compõe um dos cartões-postais mais admiráveis de Montes Claros, o Parque Municipal Milton Prates, está cada dia mais poluída. Não são apenas os aguapés e outras vegetações que se alimentam da sujeira que crescem no espelho d’água, formando um tapete esverdeado. Há garrafas plásticas, papel e todo tipo de lixo boiando na superfície, expondo a falta de cuidado e o descaso da administração municipal com os espaços públicos de lazer. 

A sujeira deixa no ar um cheiro nada agradável, que incomoda quem utiliza o parque para caminhadas e foi ao local em busca de ar puro. 

A falta de cuidado com o espaço, muito utilizado pela população que tem menos recursos, preocupa a dona de casa Rosana Caldeira. “Costumo trazer meus netos no fim de semana e a manutenção deixa a desejar. Poderia ser melhor preservado e melhorado. Sei que o papel não é só da prefeitura, mas também de todos que usam o espaço”, afirma.

E nesse ponto, muitos frequentadores têm deixado a desejar, situação agravada pela falta de fiscalização. Um dos problemas apontados por quem vai à área verde são os dejetos de cães que ficam no local. 

O passeio com animais de estimação é uma atividade comum na rotina dos montes-clarenses, pois gera benefícios para os pets que vivem em apartamentos. No entanto, os donos têm que ser responsáveis por recolher o material e manter o espaço público limpo, além de oferecer segurança, por meio do uso de coleira e focinheira.

O técnico em laboratório Luiz Silva, adepto da caminhada matinal, diz que, além dos dejetos, o problema é também a falta de fiscalização com os cães sem coleira e focinheiras. 

“Nada contra passear com os cães num lugar como o parque. É divertido para eles e para os donos. Sei que tem que haver uma conscientização com os donos para preservar o local e cuidar dos bichinhos. Mas, por outro lado, se permitem a entrada de animais, é necessário estabelecer regras de convívio. Sinceramente, não conheço as regras do parque e não vejo funcionários orientando ninguém”, conta.

Quem também utiliza a pista para caminhar é a professora Marília Silveira, que aponta outro problema no parque. “Apesar da sujeira que se encontra a lagoa, gosto de caminhar aqui, é meu lugar preferido. Outro problema sério que tenho observado é a quantidade de crianças e adolescentes andando de bicicletas na pista. Isso atrapalha muito e pode causar acidentes”, explica.

Para o turismólogo Tiago Silva, que atua na área de pesquisa do uso do espaço público, como parques urbanos, para a prática do turismo e do lazer, a preservação e o cuidado da lagoa no Milton Prates são fundamentais para que a estrutura, considerada por ele a de destaque no espaço, cumpra a função de oferecer uma paisagem mais agradável para quem está no parque.

“O parque é uma área consolidada como atrativo turístico, propiciando a prática de atividades esportivas e de lazer de forma gratuita. E a lagoa é a protagonista. Ela tem uma beleza particular e que atrai os visitantes. É mais do que justificado o cuidado e a preservação da lagoa”, avalia.
 
ÁRVORES
A reportagem de O NORTE esteve no local e, além da sujeira que gera reclamação dos frequentadores, se deparou com o corte de várias árvores no zoológico, localizado ao lado do Parque Municipal.

A Secretaria de Meio Ambiente foi procurada para falar sobre o parque e o zoológico, mas não respondeu até o fechamento da edição.

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