Desafio da pinguela na Vicente Guimarães

Erosão está consumindo avenida e pedestres se arriscam em travessia de ponte remendada por toras

Márcia Vieira
O Norte - Montes Claros
15/09/2018 às 06:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:28
 (MÁRCIA VIEIRA)

(MÁRCIA VIEIRA)

Localizada na região sul da cidade e via de importante ligação dos bairros Augusta Mota, Major Prates, Morada do Parque e Morada do Sol ao centro da cidade, a avenida Vicente Guimarães está prestes a desaparecer.

Em um de seus pronunciamentos recentes, o vereador Valcir Soares (PTB) chegou a pedir ao prefeito que fizesse a interdição da via para evitar acidentes. “É uma tragédia anunciada. As pessoas que circulam por ali podem, a qualquer momento, cair dentro do córrego, porque a avenida já não tem acostamento. Se isso vier a acontecer, é uma responsabilidade da qual o prefeito não vai poder fugir, porque a precariedade da avenida está clara. Não há nenhuma ação paliativa para proteger o cidadão”, denunciou o vereador.

Em discurso durante a abertura da Fenics, o prefeito falou sobre a execução de obras no local, entretanto, não há nenhum serviço feito na avenida Vicente Guimarães e a via permanece abandonada.

Há dois anos a prefeitura coloca fitas isolando a área nos dias de chuva. Mas, passado esse período, as fitas são retiradas sem que nenhuma intervenção seja executada.

Um dos pontos mais precários apresenta, além da erosão, um pedaço da ponte que perdeu os pilares laterais, mas continua sendo utilizada pela população, cansada de esperar por uma solução.

No local foram colocadas toras de madeira entre o que seria o meio-fio e a ponte. É por elas que a servidora pública Andréa Alencar faz a travessia quase que diariamente.

“Eu arrisco porque não tem estacionamento onde trabalho. Então, deixo meu carro de um lado da avenida e uso a ponte pra chegar ao serviço. Às vezes, chamo um colega para me ajudar. Gostaria que o prefeito tomasse providências. Já houve ocasião em que saí da minha casa para vir aqui tirar viaturas e levar a outro prédio, porque corriam o risco de serem danificadas com o alagamento que sempre ocorre toda vez que chove. Há mais de um ano essa ponte está assim”, afirma.

Apesar do risco, os pedestres alegam que não dá para fazer toda a volta necessária para atravessar a avenida sem passar pela “pinguela”. “Enquanto não consertarem, vou continuar me arriscando. O percurso é muito grande para dar a volta a pé. Ter uma ponte aqui no meio da avenida é importante e necessário”, diz o servidor público Lucídio Bicalho, que também trabalha na avenida Vicente Guimarães.

A autônoma Aline Coelho mora em um prédio na avenida. Para ela, a precariedade da via, além de incômodo, gera custos extras. “Já vi crianças e idosos passando ali. É um perigo. Alguns até pulam para alcançar a ponte. Quando vim morar aqui, há três meses, fui avisada sobre a situação da avenida. Tenho receio que as chuvas levem o carro e pago uma garagem para deixar o carro na rua de cima”, revela.

Aline complementa que uma das soluções seria cobrir o canal. “Tinha que fechar este esgoto que deixa a avenida horrível. Está tudo quebrado e é muito perigoso. O fedor vai até os apartamentos, por isso há muitos que estão à venda ou para alugar”.

O secretário Municipal de Obras, Guilherme Guimarães, foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado para falar sobre o assunto
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