Demissões avançam em MOC

Estudo aponta que abril teve o segundo pior resultado para o mês nos últimos seis anos

Gian Marlon*
14/06/2019 às 08:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:06

O mês de abril de 2019 foi marcado por mais dispensas do que admissões no mercado de trabalho no município de Montes Claros. O período aparece com o segundo pior resultado para o mês nos últimos seis anos.

As informações constam de estudo realizado pelo Observatório do Trabalho, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

De acordo com os dados, cerca de 2.671 pessoas foram desligadas e outras 2.625 foram contratadas na cidade, com queda de 46 postos de trabalhos – 55,9% dos demitidos eram do sexo masculino e 44, 1% do sexo feminino.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ernandes Ferreira, explica que a queda de vagas no comércio em abril tem relação com o fato de as contratações no setor começarem a se aquecer em maio, com o Dia das Mães, e em junho, com as festas juninas. É a época em que surgem novas oportunidades.

“Abril é um mês pontual. As pessoas estão pagando muita conta. Se livrando das despesas escolares e de impostos. A economia está parada, pela não aprovação das reformas, gerando desemprego. O investidor fica com dinheiro retido, por não sentir segurança”, avalia.
 
PERFIL
De maneira geral, foram contratados mais homens no mercado formal de trabalho. Eles representaram 59,4% dos contratados, e, as mulheres, 40,6%.

Tanto os homens admitidos quanto os demitidos tinham em seu perfil ensino médio completo e de 18 a 24 anos. Os admitidos passaram a receber de 0,5 a dois salários mínimos.

O estudante de administração Ezequiel Higor Medeiros perdeu o emprego na semana em que havia acabado de completar dois anos na empresa. O jovem trabalhava como atendente de telemarketing. “Disseram que, por conta de novo planejamento estratégico da empresa, meu perfil não se encaixava mais. Por isso, me desligaram”, lamenta.

Experiência ele afirma ter. Conta que trabalhou cerca de um ano e meio em uma loja de móveis rústicos. Em busca de conseguir novo emprego, procura alternativas para driblar a situação atual.

“Estou conseguindo quitar a mensalidade da faculdade com meu acerto da empresa. Depois que esse dinheiro terminar, vou continuar pagando com o seguro-desemprego. Antes de acabar, vou ter que procurar algo para fazer. Se não encontrar um novo emprego, a única alternativa vai ser trancar o curso”, teme.

Outras pessoas com características similares foram contratadas por microempresas e empresas de médio porte dos setores industrial, construção civil e serviços.

Mulheres com escolaridade até o ensino médio completo e com idade até 17 anos e dos 25 anos em diante aparecem, no levantamento, como o perfil feminino com os piores resultados no quadro de perdas de postos de trabalho. Elas tinham salários que variavam entre 0,5 e três mínimos, em empresas pequenas e médias, dos setores de comércio e serviços.

Já as mulheres que conquistaram resultados considerados positivos têm ensino superior incompleto ou completo e estão com 18 a 24 anos.

O estudo aponta que, do total de trabalhadores desligados, 72,1% não completaram dois anos de empresa.
*Estagiário sob supervisão do editor

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