Criança morre em MOC com suspeita de meningite

Ana Lívia, de 4 anos, estava internada na Santa Casa desde o último domingo

Christine Antonini
22/08/2019 às 07:04.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:06
 (REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS)

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Uma menina de 4 anos morreu na noite de terça-feira, em Montes Claros, com suspeita de meningite. Ana Lívia Bandeira estava internada na Santa Casa desde o último domingo.

Segundo um familiar da garotinha, ela começou a passar mal e logo foi internada na UTI. Após várias hemorragias internas, faleceu. “Foi tudo muito rápido”, lamenta o parente que pediu para que não fosse identificado.

Com o agravamento do quadro de Ana Lívia, foram realizadas campanhas na cidade, pela internet, em busca de doadores de sangue para o tratamento. 

Ana Lívia era a caçula da família. Parentes afirmam que ainda não se sabe como a menina pôde ter contraído a possível doença.

Montes Claros registrou neste ano cinco casos suspeitos de meningite, mas todos foram descartados após a realização dos exames, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Dados da Superintendência Regional de Saúde apontam que, em 2012, 18 pessoas tiveram a doença na cidade e, em 2013, 14 casos foram confirmados. O último registro da enfermidade em Montes Claros foi em 2015 – uma criança, de 2 anos, morreu.
 
VACINAÇÃO
Existem seis tipos de meningite: viral, bacteriana, fúngica, medicamentosa, carcinomatosa e inflamatória. O SUS dá gratuitamente somente a vacina de meningite do tipo bacteriana (C), que é o sorogrupo mais frequente no Brasil e considerada a mais grave.

No entanto, o comportamento resistente de muitos pais a levarem os filhos para vacinar pode estar trazendo de volta doenças há muito controladas ou até erradicadas no país – caso da meningite, do sarampo, febre amarela, dentre outras.

Mesmo sem registros recentes de meningite em Montes Claros, a população precisa ficar atenta ao calendário de vacina do SUS. Até mesmo porque a cobertura vacinal de crianças de até 1 ano contra a doença não chega a 64% – muito abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde.

O índice baixo de proteção abre brecha para que a doença volte a atacar e fazer vítimas. Índice muito mais crítico de vulnerabilidade é detectado entre os adolescentes – 18,4% na faixa dos 12 anos e 5,44% nos de 13 anos –, idade em que é necessário dose de reforço.

“Vai começar a campanha contra sarampo e pólio. Fazemos um alerta para que levem os filhos para vacinar, mesmo os que já se imunizaram e os que estão sem o cartão. Tudo será verificado e atualizado. As doses de meningite também estão sendo regularizadas. Não há motivo para não se proteger”, destaca o médico Márcio Ribeiro.

Há outras doses que protegem contra tipos diferentes da doença, mas apenas na rede privada. O preço gira em torno de R$ 350.

“Os meningococos, bactérias que causam a doença meningocócica, podem ser transmitidos por meio do contato direto com gotículas respiratórias através de tosse, espirro, beijo, beber no mesmo copo ou comer com talheres de outra pessoa”, explica o infectologista Fernando Barreto.

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