Copasa confirma que volta de racionamento está próximo

Caso não chova em até uma semana, rodízio será retomado em Montes Claros

Carlos Castro Jr.
08/11/2019 às 06:51.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:36
 (COPASA/DIVULGAÇÃO)

(COPASA/DIVULGAÇÃO)

Pouco mais de um ano após a suspensão do rodízio de abastecimento de água em Montes Claros, moradores devem voltar a conviver com o racionamento em breve. A confirmação foi feita pela Copasa ontem a O NORTE. A escassez hídrica que assola o Norte de Minas fez a empresa diminuir a captação e ver a barragem de Juramento chegar a apenas 14,26% da capacidade total.

“A cada semana sem chuva o racionamento fica mais próximo. Estamos chegando ao limite. Prevalecendo essa ausência de chuva até a primeira quinzena de novembro, a possibilidade de rodízio cresce muito”, alerta o superintendente da Copasa, Luís Roberto de Lima. 

Montes Claros enfrentou rodízio de água de outubro de 2015 a setembro de 2018. Roberto explica que para abastecer a cidade, a Copasa realiza hoje captações em quatro fontes. São elas: a Barragem de Juramento, responsável por 56% do atendimento; o Sistema Morrinhos, que recebe dos mananciais do Parque Estadual da Lap a Grande, Comunidade de Rebentão dos Ferros, córregos Porcos e Pai João, responsáveis por 22%; rio Pacuí (12%) e outros 19 poços tubulares com tratamento localizado pela cidade (10%).

Toda essa captação, segundo Roberto, corresponde a 931 litros por segundo (l/s). Mas, com a onda de calor, a cidade vem sofrendo vários picos de consumo durante todo o dia, que elevam o gasto para 1.400 l/s, fazendo com que os reservatórios não consigam suprir a necessidade.

O resultado é a falta de abastecimento em bairros que ficam em pontos mais altos da cidade, como Maracanã, partes do Major Prates e Centro, Morada do Sol e Morada do Parque.

O NORTE publicou, em 16 de outubro, reclamação de moradores do bairro Maracanã. Eles afirmavam que a falta de água perdurava por cinco dias. Na época, a Copasa informou que desconhecia o tempo citado e que as paralisações eram pontuais.
 
ANÁLISE
Há um ano, com várias frentes de captação, se retirava da barragem de Juramento apenas 50 l/s. Hoje, com a falta de chuva, a captação aumentou dez vezes e está em 500 l/s. No mesmo período se retirava no rio Pacuí a capacidade máxima de 345 l/s. Agora, está em 100 l/s.

O sistema Morrinhos disponibilizava 350 l/s e se encontra em 190 l/s. Já os poços correspondiam a 100l/s, agora estão em 90 l/s. Com chuva, ainda era possível captar 100 l/s no rio Verde Grande, o que hoje não acontece. 

“Em 2018, apenas no dia 25 de outubro choveu 50mm. Este ano, em todo o mês citado, choveu 44mm. É uma queda grande e não estamos ultrapassando a meta diária de captação para não realizar uma sangria muito grande na barragem de Juramento. A previsão, há 15 dias, era de chuva no fim de outubro, mas não veio. Agora, a previsão é de que caia água até dia 14, mas não há precisão”, disse o superintendente da Copasa.

Para agravar a situação, a população não tem colaborado. “O desperdício continua elevadíssimo. É possível ver constantemente pessoas lavando carro e passeios com mangueira, mesmo nessa época crítica. O uso não tem sido o mais racional possível por parte da população”, destaca Roberto. 

Manutenção deixa cerca de 50 mil pessoas sem água
Para realizar manutenção na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Pacuí, em Coração de Jesus, a Copasa interrompeu o fornecimento de água nos bairros Alto Boa Vista, Chiquinho Guimarães, Ciro do Anjos, Conjunto Joaquim Costa, Cristo Rei, Gran Royalle, Doutor João Alves, Grande Maracanã, José Carlos de Lima, José Correa Machado, Reserva Real, Residencial Sul, São Antônio, São Geraldo 2, São Judas, Vila Greice e Vila Sion. A empresa informou que o abastecimento seria normalizado, de forma gradativa, durante o dia. 

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