(ascom prefeitura de montes claros/divulgação)
O período de chuva já chegou em Montes Claros e de forma muito intensa. E traz com ele uma grande preocupação: a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Causador da dengue, zika e chikungunya, o inseto precisa de água para se reproduzir. E, como no município as pessoas têm o hábito de armazenar água de chuva em tambores e outros recipientes, o ambiente se torna um prato cheio para a eclosão dos ovos.
O cenário é perigoso, porque Montes Claros já está em situação de alto risco para transmissão de arboviroses, alerta o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Geraldo Guimarães, que acredita que os números de casos da doença em 2022 serão maiores que em 2020 e 2021.
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa) feito no município em outubro passado mostra um índice de infestação de 4,2%. Isso quer dizer que, de cada cem casas pesquisadas pelos agentes, mais de quatro apresentaram focos do mosquito.
O limite aceitável para o LirAa, preconizado pelo Ministério da Saúde, é de até 1%. Entre 1% e 3,9%, caracteriza-se médio risco e, acima de 3,9%, alto risco de infestação.
E a maioria dos focos está dentro de casa – em pratos de vasos de planta, recipientes com água, ralos, calhas, dentre outros. Para Geraldo Guimarães, a participação da população na batalha contra o Aedes é fundamental. E, em Montes Claros, segundo ele, a comunidade está em débito.
“Cada morador deve ficar atento ao seu ambiente domiciliar e de trabalho, porque por mais que o poder público execute o seu serviço, quem está ativamente e diariamente no local é o morador. Então, ele é o responsável por uma condição ideal, que é a erradicação deste mosquito da nossa cidade”, alerta Guimarães.
MAIS CASOS
O Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros já espera um aumento substancial nas notificações da doença para 2022, principalmente se comparados a 2020 e 2021, caso a população não participe nas ações de combate ao Aedes.
Em Montes Claros estão registrados 260 mil imóveis e, de acordo com o LirAa, em 11 mil foram encontradas infestações do mosquito Aedes aegypti este ano. “É muita casa produzindo aegypti por aí!”, alerta Guimarães.
Para tentar evitar uma explosão de casos de dengue e das outras duas doenças causadas pelo mosquito, o CCZ se juntou a outros parceiros, como a Secretaria Municipal de Educação, para realizar ações de conscientização e prevenção.
Nas escolas da rede pública, tanto estadual quanto municipal, foram feitas atividades lúdicas com os alunos, ensinando-os a alertar os pais, vizinhos e a participar do combate ao Aedes aegypti, fazendo vistorias em casa.
Visitas domiciliares e fumacê
Integram as ações da Zoonoses as visitas domiciliares, principalmente em casas onde houve registro de casos de dengue, zika ou chikungunya. É o chamado bloqueio, que tenta evitar a transmissão da doença no bairro. “É feita a intensificação da visita domiciliar para combater as larvas e pulpas e orientar a população”, destaca Guimarães. Também são realizados o controle de muriçocas, a desobstrução de córregos, limpeza de área alagadiça e aplicação de um controle biológico nessas áreas, muitas vezes usando o fumacê.