(FLAVIO TAVARES/JORNAL HOJE EM DIA)
Para quem não abre mão de comemorar com toda a gama tradicional de produtos que remetem ao período natalino, a corrida pela pesquisa de preços já começou. Não foi só durante o ano que a alta da inflação bateu à porta e à mesa dos brasileiros, sobretudo dos montes-clarenses.
Em uma curva sempre em ascensão, a carestia chegou a dezembro e, em um comparativo com 2020, produtos que compõem as cestas natalinas subiram até 21,17%, de acordo com a economista Vânia Vilas Boas.
Segundo a professora da Unimontes, muitos consumidores já iniciaram as compras, especialmente para evitar o fluxo maior de pessoas comum nos dias mais próximos ao Natal.
“No entanto, o preço dos alimentos típicos das comemorações praticado pelos estabelecimentos supermercadistas e lojas especializadas nesses itens tem assustado os consumidores montes-clarenses, fazendo com que muitos tenham que reinventar e usar de muita criatividade, adaptando receitas para aproveitar a ocasião com a família”, destaca Vânia.
Os aumentos, assim como durante todo o ano, são consequência do processo inflacionário e, principalmente, da valorização do dólar ante o real. Isso pesou consideravelmente no valor de muitos itens que compreendem a mesa natalina.
PESQUISA
Pesquisa feita pelo Departamento de Economia da universidade mostra que os vinhos nacionais tiveram aumento de 16,1%, já os importados ficaram 24% mais caros.
As castanhas tiveram reajuste de 16% em comparação com o mesmo período do ano passado e a caixa de bombom, que faz a alegria da meninada, está 11% mais cara.
E quando se fala em Natal, um dos primeiros produtos que vem à cabeça é o tradicional panetone, cujo preço não está nada saboroso: 24% maior que em 2020.
CARNES
E o susto no mercado não para quando o assunto é carne. Com preços supervalorizados durante todo o ano, não estão dando refresco neste mês. Quem quiser o filé mignon no cardápio de Natal ou de Ano Novo terá que pagar 38,5% a mais do que era cobrado pelo quilo do produto em 2020.
Já o chester, pernil, lombo suíno e frango aumentaram em 8,5%, 6,5%, 9% e 14,28%, respectivamente. Também estão mais caros o bacalhau (16,5%), peru (9%) e a picanha (16%).
Apesar dos custos elevados, a professora Vânia afirma que comemorar é importante, sobretudo depois de um 2020 de muitas restrições. Ela dá a dica de se fazer a ceia compartilhada, com a divisão dos custos entre os participantes.
“Confraternizar de forma consciente, ficar atento aos preços, comparando-os, já que há uma grande diferença de preços entre os estabelecimentos comerciais, e ficar de olho nas promoções que normalmente ocorrem nos últimos dias que antecedem a data. A preferência por ítens nacionais permite uma boa economia e organizar números de convidados é outra estratégia para evitar sobras de comida e gastos desnecessários em um cenário econômico onde cada real deve ser gasto com muita consciência financeira”, orienta.