Cardápio com preço salgado na Semana Santa; Bacalhau tem valor até 15% mais alto que no ano passado

Márcia Vieira
O NORTE
31/03/2021 às 00:58.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:33
 (leo queiroz)

(leo queiroz)

Manter a tradição de ter bacalhau ou peixe na mesa da Semana Santa não será uma tarefa nada fácil neste ano. Para dar continuidade a esse ritual, as famílias montes-clarenses vão ter que arcar com preços até 15% acima dos praticados no mesmo período de 2020.

De acordo com Gustavo Cunha, dono da Free Center – loja especializada nesses produtos –, o aumento dos preços aos comerciantes não foi totalmente repassado ao consumidor final, ou ficaria inviável.

“Está mais difícil comprar com o fornecedor, em razão das diversas situações provocadas pela pandemia. Mas, ainda assim, é possível manter a tradição gastando pouco. Entendemos que o momento é de dificuldade para todo mundo e procuramos facilitar para o cliente. Fortalecemos o serviço de entrega, que está mais rápido. Temos 30 anos de funcionamento e nos adaptamos às mudanças”, destaca.

No ano passado, o bacalhau, que é um dos produtos mais caros, foi vendido na peixaria por cerca de R$ 49 o quilo. Neste ano, está em torno de R$ 55, o mais em conta. Já o bacalhau do Porto chega a custar R$ 109 o quilo.

“Temos opções mais em conta, como o piramutaba, que custa em média R$ 19 o quilo. O surubim, também, que é um dos mais procurados. A tradição continua e a gente percebe isso com o movimento intensificado nestes últimos dias”, pontua Gustavo.

A empreendedora Michele Lafetá não abre mão do bacalhau ou peixes no cardápio, mas admite que os preços estão muito salgados. “Temos o costume de comer peixe nessa ocasião. Adoramos bacalhau e é uma maneira de lembrar o meu pai, que adorava. É um costume herdado tanto da família da minha mãe quanto da família do meu pai e faço questão de conservar. Tento passar para a minha filha”, diz.

Apesar dos preços, Michele já garantiu o peixe para a sexta-feira. “O preço está muito alto, não só dos peixes, mas de vários outros produtos”, afirma.
 
PESQUISA
Por causa da pandemia, o serviço de proteção ao consumidor (Procon) de Montes Claros não fez pesquisa de preços, como de hábito. O órgão, no entanto, alerta os consumidores para que, em caso de abuso, não deixem de procurar o serviço, que vai receber as denúncias por um canal específico.

“Entramos agora na Semana Santa em que, culturalmente, existe a prática de se alimentar de peixes e evitar o consumo de carne vermelha. Isso faz com que a busca por este produto aumente bastante. Havendo aumento da demanda, é possível que os preços estejam um pouco inflacionados. Houve uma queda no preço médio do produto nesse período de pandemia, mas certamente agora, na Semana Santa, é que constataremos um aumento”, disse Alexandre Braga, diretor do Procon de Montes Claros.

Ele pontua que, em razão da “Onda Roxa”, os atendimentos presenciais estão suspensos. Mas, quem precisar de atendimento deve acionar os canais disponíveis.

“Nós orientamos o consumidor que faça pesquisa pelas redes sociais. Até mesmo pela natureza do produto, que é perecível, tem que se estar muito atento à qualidade, verificando aparência, odor e se está em condições ideais para o consumo”, alerta.

O Procon Municipal recebe denúncias e reclamações pelo telefone (38) 99818-9405.


 

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