(MANOEL FREITAS)
Os montes-clarenses têm enfrentado dias mais quentes do que o normal nas últimas semanas e usado a criatividade para amenizar o calor. Para se ter uma ideia do caldeirão que a cidade se tornou, quem estava nas ruas ontem teve que suportar a máxima de 41 graus sob o sol, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Neste cenário infernal, vale usar qualquer artifício para tentar barrar os raios solares: pedaço de papelão, sacolinha, a tradicional sombrinha, chapéus e bonés. E para refrescar, água à vontade, picolé, água de côco.
E a previsão é a de que os termômetros continuem nas alturas. Nesta sexta-feira, os marcadores devem chegar a 38 graus, com a sensação térmica passando dos 40 graus novamente. O único alívio é que a umidade relativa do ar está alta, em 70%, segundo o Inmet.
O meteorologista Célio de Castro explica que o aumento nas temperaturas é comum nesta estação, que atinge índices recordes, tanto nos termômetros quanto na baixa umidade do ar. Esse quadro só é modificado com a chegada de uma frente fria que perdura.
“Nesse período de setembro a novembro é normal. Tivemos este ano temperaturas mais altas. A nossa primavera é castigada por fortes temperaturas. Só é amenizado com o verão e a chegada das chuvas. Sem a chuva, podemos ter 33 graus ou mais”, diz Célio.
Em outubro, por exemplo, a média de chuva é de 110 mm, mas, neste ano, o registro foi de apenas 60 mm. Em novembro são esperados 220 mm de precipitação.
ALERTA NA SAÚDE
O forte calor e a baixa umidade do ar acabam refletindo na saúde. O movimento no Hospital Municipal Alpheu de Quadros já aumentou, segundo a diretora da unidade, Socorro Carvalho. Crianças e idosos são os mais vulneráveis.
“Todas as vezes que tem problema de temperatura, o reflexo é imediato. Tem que ter um cuidado muito especial. Qualquer problema de diarreia e falta de líquido, o quadro agrava com muita rapidez neles. Os pais precisam dar muita água às crianças. Quando vem para cá, são medicados e toma o sorinho, mas os pais têm que se atentar”, alertou Socorro.
Para superar os dias quentes, o aposentado Raimundo Oliveira, de 68 anos, tem sempre em mãos uma garrafa d’água. Segundo ele, não há dúvida de que a hidratação é fundamental. “Nós temos que alimentar e tomar cuidado, porque o apetite também não é tanto. À noite, está terrível para dormir. Eu procuro me prevenir: evito sair no sol, ficar na rua. O básico é hidratar e buscar se proteger ao máximo”, conta.