Caixa d’água vazia atormenta moradores do Vila Atlântida

Abastecimento irregular penaliza três bairros da cidade, que já sofre com rodízio

Leonardo Queiroz
30/11/2019 às 07:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:52
 ( LEO QUEIROZ)

( LEO QUEIROZ)

Tanque lotado de roupa para lavar, vasilhas sujas na pia e banho de balde. Uma situação que se repete nas casas dos bairros Vila Atlântida, Canelas e Maracanã e que inclui uma rotina de ficar sempre observando se a caixa está enchendo. O rodízio de água começou em Montes Claros no último dia 17 e segue por tempo indeterminado. E mesmo com a oferta de água em dias alternados, moradores de alguns pontos da cidade têm reclamado da falta do recurso.

“Ficamos uma semana sem água e hoje (ontem) ela chegou bem discreta, em pouca quantidade e sem pressão suficiente para encher a caixa. Ligamos para a Copasa e nos informaram somente que a situação está sendo restabelecida. Esse problema se repete mais uma vez esse ano e muitas casas nessa mesma rua estão sendo afetadas”, reclama Cristine Alves de Aquino, moradora da rua Antônio Lopes da Silva, no bairro Vila Atlântica.

De acordo com os moradores, o serviço é precário, a falta de abastecimento é recorrente e muitas famílias têm sofrido com a falta de informação por parte da Copasa.

“No ano passado fomos abastecidos com carro-pipa, neste ano nada ainda foi feito. Alguns moradores compraram uma bomba para ajudar a puxar a água que vem da rua para encher as caixas e, em algumas casas, como a minha, ainda não tem esse recurso. Aproveitamos o pouco que chega e enchemos baldes para usarmos até para tomar banho. Não sabemos quando terá água de novo”, diz Cristine.

A moradora Denilza Pereira de Souza, que vive há 25 anos na Vila Atlântida, conta que o problema se repete todo ano. “Mesmo com o rodízio, ficamos uma semana sem água e tememos que continue faltando. No entanto, percebemos que o valor da conta continua o mesmo e acreditamos que o ar que sai da tubulação esteja fazendo o hidrômetro funcionar e gerar os débitos”.

A Copasa informou, em nota, que vem acompanhando e monitorando a execução e eficácia do racionamento e que ações de ajustes estão sendo realizadas, visando minimizar possíveis problemas.

A empresa esclarece que tem conhecimento do caso no Vila Atlântida e que serão adotadas medidas complementares, como ampliação do prazo de abastecimento para compensação e uso de caminhão-pipa.


Estocar água oferece risco de dengue
A prática de estocar água é responsável por um grande problema em Montes Claros: o aumento de focos do Aedes aegypti, o mosquito da dengue. Essa é a principal causa apontada pelo Centro de Controle de Zoonoses para a proliferação.

De acordo com o último Levantamento Rápido de Índice do Aedes (LirAa ), realizado de 7 a 9 de outubro, a taxa média de infestação na cidade estava em 3,4 % – a cada 100 casas pesquisadas pelos agentes do Centro de Controle de Zoonoses, 3 a 4 casas apresentaram criadouros do mosquito Aedes aegypti caracterizando uma situação de médio risco para transmissão de arboviroses.

Em janeiro foi demonstrado um índice mais elevado, com um valor de 5,9% ou seja, a cada 100 casas pesquisadas, 5 a 6 apresentaram criadouros do mosquito. O recomendado pelo Ministério da Saúde é que esse índice não passe de 1%.

De acordo com o coordenador do CCZ, Flamarion Cardoso Gualberto, é muito importante o trabalho da população para evitar a proliferação dos focos. “Todos podem fazer a sua parte na vistoria dos quintais, olhar os tambores, calhas e ralos e evitar jogar lixo nas vias públicas e terrenos. Assim, evitamos que esse número volte a crescer”, explica.

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