Baixa procura pela 2ª dose compromete luta contra a Covid

Em Montes Claros, mais de 20 mil idosos ainda não foram tomar a dose complementar

Janaína Fonseca*
Editora
23/06/2021 às 00:08.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:14
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

(Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A baixa procura pela segunda dose da vacina contra a Covid-19 tem preocupado as autoridades de saúde, que não param de fazer apelos à população para que procurem os postos e completem o processo de proteção contra o novo coronavírus.

A preocupação tem motivo. Sem a segunda dose, a imunização não acontece e as pessoas que tomaram apenas a primeira ficam mais expostas a contrair o vírus e a desenvolver a forma grave da doença.

Em Minas, uma a cada quatro pessoas estava com a segunda dose da vacina atrasada na semana passada.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, o governo do Estado tem feito campanhas para mudar o cenário. “As nossas regionais vêm, junto aos municípios, tentando fazer essa divulgação ampla em mídias locais”, ressalta.
 
IDOSOS EM MOC
Em Montes Claros, a busca pela segunda dose é mais baixa entre os idosos. Das mais de 52 mil pessoas (99,1%) com mais de 60 anos que receberam a primeira dose do imunizante, apenas 33 mil voltaram para completar o processo, o que representa 62% do total.

Já o grupo de profissionais da saúde apresenta um índice maior, mas ainda com muita gente para receber a outra dose: dos 16,4 mil vacinados com a D1, 12,7 mil voltaram para receber a D2, o que equivale a 80% do total – são quase 4 mil pessoas que ainda não completaram o processo de proteção.

A secretária Municipal de Saúde, Dulce Pimenta, diz que a busca por essas pessoas que não completaram o ciclo é intensa no município. “As equipes de saúde da família vão até a casa de quem é cadastrado e faz o agendamento, ou até mesmo já fazem a aplicação da segunda dose”, explica.

Para quem não é cadastrado no programa, os agentes ligam e solicitam que as pessoas procurem a unidade de saúde mais próxima de casa para serem imunizadas.

“Além da busca ativa, temos realizado campanhas para conseguir essa conscientização da população. A proteção não se dá com apenas uma dose. Ela só se completa com a segunda dose, que é extremamente necessária”, ressalta Dulce.

Segundo ela, o argumento mais comum de quem não foi receber a outra dose do imunizante é a de que teve reação com a primeira e ficou com medo de tomar a segunda.

“Os agentes então conversam com os pacientes, explicam a importância de tomar a segunda dose, alguns acabam cedendo, outros, não”, lamenta.

SAIBA MAIS
Nesta terça-feira, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, apelou às pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 para que, no momento indicado, tomem a segunda dose, completando o ciclo de imunização.

“As vacinas representam, neste momento, a medida farmacológica de maior comprovação, credibilidade e eficácia disponíveis no mercado em todo o mundo”, disse Torres.

“Temos observado índices que apontam uma baixa procura pela segunda dose da vacina em alguns municípios, mesmo quando elas são disponibilizadas à população. Isso não é razoável. Não há nenhum sentido em (a pessoa) tomar uma dose da vacina e não se apresentar para tomar a segunda dose. Quem assim o faz está com uma proteção incompleta, insuficiente e inadequada”, alertou Torres.

*Com Agência Brasil

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