Um grave acidente, motivado pela combinação álcool e direção, chocou a cidade na manhã desta sexta-feira (24). O motociclista Fabiano Pereira Silva, de 26 anos, morreu após ser violentamente atingido por um carro em alta velocidade que desrespeitou a sinalização de parada obrigatória na rua Tupinambá, no bairro Melo.
O acidente aconteceu às 6h40, quando o grupo de seis amigos voltava de uma festa de formatura da turma de medicina da Unimontes, realizada no Portal Eventos. Fabiano, que era operador de máquinas, seguia para o trabalho.
Uma câmera de segurança flagrou o momento da colisão. O carro vem da rua Tupinambá em alta velocidade, desobedece a sinalização de parada e bate em Fabiano, que é jogado para o alto – cerca de três metros de altura – e arremessado em um muro.
Um médico que também estava na festa e vinha em um carro logo atrás parou para prestar socorro. Ele fez massagens cardíacas, mas a vítima morreu no local. O Samu foi acionado e constatou o óbito.
O motorista do carro ainda tentou fugir para evitar o flagrante. Segundo a Polícia Militar, ele pediu ajuda a uma amiga que mora próximo ao local e trocou de roupa. A polícia teve que arrombar a porta do quarto para retirá-lo de lá.
Inicialmente o homem, que é contabilista e mora em Belo Horizonte, negou que estaria ao volante, mas depois refez o depoimento.
“O motorista estava com visíveis sinais de embriaguez, falava nada com nada nem tinha percebido que havia matado o motoqueiro. O carro tinha seis pessoas, os ocupantes estavam assustados e todos com indícios que haviam ingerido bebida alcoólica. O autor se negou a fazer o teste do bafômetro. Esse acidente chamou muito a nossa atenção. Em 25 anos de profissão nunca tinha visto uma ocorrência tão chocante como esta”, pontuo o subtenente Fabiano Borges.
Todos ocupantes do carro e a mulher que ofereceu abrigo ao motorista foram detidos e levados para delegacia de plantão.
Segundo a delegada Áurea Alessandra de Freitas, o motorista admitiu ter tomado dois drinques durante a festa. A embriaguez foi comprovada por meio de exame clínico no Instituto Médico Legal.
Ele responderá por homicídio doloso – quando se assume o risco de matar –, embriaguez e desrespeito à sinalização de trânsito. A pena é de seis a 20 anos.
Com a mudança na legislação de trânsito, o motorista não tem direito a fiança. Da delegacia ele seria conduzido para o presídio regional, onde ficará à disposição da Justiça.
Um dos passageiros do veículo teve ferimentos e foi hospitalizado. Os demais e a moradora que ajudou a esconder o autor do crime foram ouvidos e liberados. Eles vão responder por favorecimento pessoal por tentar atrapalhar a investigação.
VIDA INTERROMPIDA
Fabiano Pereira era natural de Verdelândia e estava em Montes Claros há poucos meses. “Tinha pouco mais de um ano que ele conseguiu tirar a habilitação. Fabiano não bebia, tinha uma rotina fixa: de casa para o trabalho e aos fins de semana ia para a igreja. A vida do meu irmão foi interrompida por imprudência. Espero que a justiça dos homens e de Deus seja feita”, disse a irmã, Carolina Silva.
De acordo com a 11ª Companhia de Polícia Militar, nos últimos dois anos quase 300 pessoas, entre motoristas e motoqueiros, foram presas com indícios de embriaguez. Em 2016, foram 127 prisões pelo mesmo motivo. No ano passado, 159.