Alimentação suga salário: montes-clarense tem levado cada vez menos itens do mercado para casa

Márcia Vieira
O NORTE
15/09/2021 às 00:42.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:52
 (márcia vieira)

(márcia vieira)

Comer está cada dia mais caro. A alimentação continua como o grande vilão da inflação em Montes Claros, que bateu o patamar de 1,20% em agosto – o maior do ano na cidade.

O acumulado nos oito meses deste ano é de 6,13%, índice muito acima dos 4,4% registrados no mesmo período de 2020. O grupo alimentação – o que mais pesa na composição do índice – sofreu uma variação de 2,61%.

É o que mostra a pesquisa de variação de preços (IPC) do mês de agosto, realizada pelo Departamento de Economia da Unimontes.

Além da comida, houve impacto também das tarifas de energia elétrica e água, do gás de cozinha e dos combustíveis.

Na lista de itens que mais sofreram aumento estão o café, com variação de 11,66%; a margarina, 4,90%; o açúcar, 3,72%; e o óleo de milho, 2,77%. 

De acordo com a economista Vânia Vilas Boas, coordenadora da pesquisa, a prática de substituir produtos, colocando na cesta itens mais baratos, é uma dica válida, mas em alguns casos não está sendo mais suficiente.

“As pessoas estão deixando de consumir alguns itens em função do aumento expressivo em outros grupos. É o momento em que o consumidor se vê em uma grande restrição de orçamento e, consequentemente, tem que abrir mão de itens básicos e necessários à sua alimentação e qualidade de vida”, destaca a professora.

Cada vez que o consumidor vai ao supermercado, é um novo susto e é preciso repensar o orçamento. “Os preços estão subindo muito rápido. Óleo de soja, por exemplo, era o mais barato e custava menos de R$ 3. De uma hora para outra saltou para mais de R$ 7. Ficou impossível comprar outros óleos, como o de girassol”, diz a dona de casa Antônia Caldeira, que a cada 15 dias vai ao supermercado.

Antônia percebeu um refresco no preço do arroz em comparação ao mês passado. “Teve uma pequena queda, mas, mesmo assim, arroz e feijão é o básico, é o que mais prejudica a família de baixa renda”, lamenta.

Por causa da pandemia, a dona de casa evita circular para fazer pesquisa de preços. Escolhe um supermercado que tenha mais espaço e mais opções, possibilitando a substituição de alguns itens.

Carne sai dos pratos
Um dos produtos mais caros da cesta alimentar é a carne, que tem cada vez mais saído do prato do montes-clarense. “Uma família com cinco pessoas não consegue comer”, diz a dona de casa Antônia Caldeira.

Em agosto, o preço do frango subiu 4,19%; da carne suína, 2,52% e a bovina, 1,01%.

“A dica é substituir a bovina pela avícola, mas nem isso está fácil porque a avícola também subiu. Um dos caminhos é fazer pesquisa de mercado e aproveitar o amplo comércio atacadista (atacarejos) e supermercados que têm promovido guerra de preços. Em função disso, ganha o consumidor que vai comprar por um preço menor em determinado estabelecimento”, orienta a economista Vânia Vilas Boas.

O gerente de uma rede de supermercado explica que semanalmente a loja faz promoções para atrair a clientela. 

“Se a pessoa usar o aplicativo ou cartão do supermercado, o preço é bem menor. A cada semana escolhemos alguns produtos e colocamos um preço bem baixo para o delivery. Nas gôndolas da entrada colocamos em destaque as promoções e isso tem contribuído para alavancar as vendas”, afirma.


 

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