Abandonados, parques de MOC afastam visitantes

Moradores reclamam de desleixo do município com os espaços, tomados por mato e lixo

Márcia Vieira
O NORTE
15/12/2020 às 00:31.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:18
 (Divulgação)

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Inaugurado com pompa em 2019 e anunciado como local que colocaria a cidade como uma referência em áreas verdes na região, o Parque Professor Antônio Jorge, mais conhecido como Parque dos Mangues, no bairro Maracanã, está completamente abandonado, segundo moradores.

O projeto deixado pelo ex-prefeito Ruy Muniz foi aproveitado pelo seu sucessor, Humberto Souto, entretanto, está distante do que foi projetado.

A área, com cerca de 74 mil hectares, seria utilizada para atividades de lazer e pesquisas científicas, com vistas a despertar a consciência ecológica da população. Mas o espaço foi tomado pelo lixo e vegetação alta.

De acordo com ecologistas, os parques deveriam receber manutenção, pelo menos, a cada dois meses no período da seca. Já em período chuvoso, o ideal seria que a cada 15 dias a prefeitura fizesse a limpeza no local para evitar riscos à saúde dos moradores, que convivem diariamente com o temor da dengue. Com o quadro precário, os visitantes sumiram. 

“Em tempos de pandemia, o risco já é alto, imagina em um local como esse que não recebe limpeza. Nem deveria ser chamado de parque. Até o ar fica contaminado”, diz R.M., que chegou a utilizar o parque para fazer caminhadas.

O jornalista e promotor de eventos Aurélio Vidal se diz indignado com a situação. Morador do bairro Major Prates e apreciador da natureza, Aurélio reflete sobre a situação alertando que os outros parques da cidade também se encontram em estado de abandono.

“O parque mais próximo para quem mora aqui no Major Prates é o Milton Prates. É triste ver um cartão-postal da cidade nessas condições. Não fizeram o desassoreamento da lagoa, como foi prometido, e isso compromete o visual e desestimula frequentadores”, diz.

O jornalista, que também frequenta o Parque dos Mangues, reitera a situação precária do local e acusa o Legislativo de omissão.

“Essa é a cidade dos parques, que eles querem chamar também de Cidade dos Jardins? Não é essa a cidade que nós queremos. Só essa região aqui tem seis vereadores eleitos para a próxima legislatura e essa foi a troca. Eles receberam asfalto para se manterem calados e não fiscalizar. As ruas próximas ao parque estão em péssimas condições. Foram os próprios moradores que concretaram a rua. No parque tem todo tipo de lixo, como eletrônicos, móveis e outros. A população não deveria jogar o lixo, mas a prefeitura tem a responsabilidade de zelar pelo parque, inclusive com a colocação de vigias”, afirma.
 
SEM ACESSO
A escrevente Clarissa Caldeira frequenta quase que diariamente o Parque Cândido Canela, no bairro Canelas, perto da cada dela. Mas, com a chuva, deixou de ir e fala sobre o motivo. 

“Com as chuvas, todas as ruas ficam em pior estado, isso é indiscutível. Mas inauguraram o parque sem asfaltar as vias de acesso. O parque está bem cuidado, mas sem este acesso, fica difícil chegar lá. Prefiro aguardar”, diz a escrevente que também declara não ter visto vigilantes no local.

Na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o responsável pelo setor não foi encontrado para falar sobre o assunto. De acordo com informações, a equipe fica durante o dia no antigo zoológico, mas o telefone estaria quebrado. A informação na secretaria é a de que os parques estão com horário de funcionamento reduzido.

Devido à pandemia, todos eles fecham às 20h. Sobre a previsão para limpeza e manutenção dos espaços, não houve informação até o fechamento da edição.

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