Alexsandro Mesquita
Correspondente
GLAUCILÂNDIA - Tudo começou com a necessidade de fazer um trabalho com crianças e adolescentes da região para concorrer ao Selo Unicef município aprovado.
O Selo Unicef município aprovado é uma das estratégias para alcançar os objetivos e metas que os governadores dos 9 Estados do Nordeste, de Minas Gerais e Espírito Santo se comprometeram no Pacto Nacional Um Mundo para a Criança e o Adolescente do Semi-árido, lançado para a sociedade brasileira em Juazeiro e Petrolina no dia 7 de abril de 2005. Esses compromissos fazem parte dos objetivos e da Declaração do Milênio que o Brasil, com outros 178 países, assinou em setembro de 2000 nas Nações Unidas, para serem alcançados até 2015. Também é uma forma de inserir crianças e adolescentes no contexto social, e mostrar seus direitos e deveres.
Pois bem, pensando nisso e na melhoria de vida das crianças Vailton Oliveira e Silva de 28 anos começou um trabalho solidário, voluntário e, acima de tudo educativo com a criançada. Foi criada uma escolinha infantil de futebol de salão do PSF Formiguinhas.
Segundo Vailton Oliveira, desde o dia 23 de maio, todas as terças e quintas acontecem os encontros na parte da tarde para, digamos assim, uma inclusão social e aulas de conhecimentos gerais através do esporte. Para Vailton o trabalho inicial foi muito difícil até para ele próprio conhecer cada um dos alunos. Teve que manter conversar com as crianças uma a uma para saber o que mais gostam de fazer. “Hoje eu já sei o que cada um gosta, no início faltava mais respeito por que não nos conhecíamos direito. Já contribuíram até para comprar uma bola. Além disso, fazemos brincadeiras e perguntas para saber qual time vai jogar primeiro. Como por exemplo, perguntas sobre o município, política (sobre vereadores do município, prefeito etc), meio ambiente (nome de rios locais etc) e conhecimentos gerais. A equipe que acertar começa jogando”, diz.
Os alunos também levam advertência verbal se faltar à escola, e sempre são cobrados pelo professor Vailton se as tarefas escolares e de casa estão em dias. “Vejo uma grande vantagem nisso para as crianças. Elas aprendem alguma coisa em casa e na escola”, argumenta o instrutor sobre a educação no esporte.
Para Gilvan dos Reis Barbosa de 14 anos, que brincava sem a supervisão de um adulto, melhorou muito e dá para aprender. Já Antônio Carlos Alves Pereira, também de 14 anos, acha bom porque não causa tumulto ou brigas. “Comecei agora, e acho bem melhor assim, antes eu ficava em casa vendo televisão”.
Nem sempre se vê pessoas dispostas a ajudar por prazer e boa vontade. Mas ainda há pessoas que acreditam na educação pelo caminho mais correto, longe de casas de recuperação. Para Vailton, também é um trabalho que vai manter as crianças longe de drogas e de porta de boteco através do esporte. Mais uma vez o esporte está a serviço da educação.