minas do norte

Verba para análises da Barragem de Congonhas

Governo do Estado liberou R$ 15 milhões para os Estudos de Viabilidade do empreendimento

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 24/01/2025 às 19:00.
O evento reuniu lideranças regionais, produtores rurais e representantes do Governo de Minas para alinhar os primeiros passos do plano contra a seca no Norte de Minas (Sociedade Rural/ divulgação)
O evento reuniu lideranças regionais, produtores rurais e representantes do Governo de Minas para alinhar os primeiros passos do plano contra a seca no Norte de Minas (Sociedade Rural/ divulgação)

Na última terça-feira (21), a Sociedade Rural de Montes Claros realizou uma reunião para tratar das próximas etapas do projeto da Barragem de Congonhas. O evento contou com a presença de lideranças regionais, produtores rurais e representantes do Governo de Minas, focando no alinhamento dos primeiros passos do planejamento da obra, que visa mitigar a seca no Norte de Minas.

O projeto da Barragem de Congonhas, que será construída no rio Congonhas, entre os municípios de Itacambira e Grão Mogol, volta a ganhar força após anos de debates. O governo estadual anunciou recentemente a liberação de R$ 15 milhões para a execução de estudos técnicos e de impacto ambiental, considerados indispensáveis para a viabilização da obra.

Segundo o presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, José Henrique Veloso, a entidade avalia o empreendimento como a mais importante ação do Governo do Estado para o Norte de Minas devido à sua abrangência. “Para os municípios no entorno da Barragem, como Grão Mogol, Itacambira, Francisco Sá, entre outros, destaco o desenvolvimento da agricultura irrigada, principalmente para o café tipo exportação, devido às qualidades de clima e altitude, e para o turismo, que ganharia um impulso com a represa. Para a cidade de Montes Claros, uma melhoria na sua segurança hídrica para o abastecimento de água do município. E um enorme ganho ambiental para toda a bacia do Rio Verde Grande, uma vez que teria seu principal rio perenizado. Vale destacar aqui uma importante ação no plano de recuperação do Rio São Francisco, uma vez que teria seu principal afluente da margem direita, na nossa região, perenizado”, diz. 

“Temos usado a nossa Expomontes como a principal vitrine para nossas reivindicações, realizando durante as mesmas reuniões técnicas com o governador e o vice-governador e suas equipes de trabalho. Dessas reuniões resultou uma missão a Fortaleza em 2024, onde participaram a Sociedade Rural, Sindicato Rural, Idene, Igam, Secretaria de Agricultura, Codemge e o corpo técnico do Governo do Ceará. Em seguida, o governo do Estado liberou durante o Fórum das Águas realizado no parque de exposições em dezembro último a importância de R$ 15 milhões para a realização dos estudos de viabilidade pelo Codemge para a concessão pública do empreendimento”, completa o presidente. 

O diretor financeiro da Sociedade Rural de Montes Claros e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Verde Grande, Flávio Gonçalves Oliveira, destacou que o primeiro entrave para a construção do barramento é o financeiro. “Nós não temos ainda o valor da obra. Essa obra provavelmente deve ficar mais de R$ 600, R$ 700 milhões, pelo menos. Então, o primeiro entrave é exatamente a questão financeira. A gente tem todo o entrave ambiental, o entrave técnico, onde o projeto tem que abordar a questão social das pessoas que lá trabalham nas áreas alagadas, do impacto ambiental criado, mas principalmente dos benefícios que uma estrutura hídrica traz para regiões como a nossa, que é a região semiárida. O governo do Estado então já destinou R$ 15 milhões para o estudo da viabilidade dessa barragem, uma vez que a ideia é que essa barragem seja construída com recursos de iniciativa privada. Uma parceria público-privada. Então, nesse sentido, o comitê tem apoiado e levantado a bandeira, juntamente com a Sociedade Rural que 
tem sido o braço político da mobilização e esperamos que dessa forma, depois de quase 50 anos, a gente tenha outra barragem para fins de uso de água, que possa então permitir o uso da água na Bacia do Congonhas, a parte recreativa de turismo e ainda o abastecimento de Montes Claros e a revitalização da Bacia do Rio São Francisco”. 

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