Núbia Primo
Repórter
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O Norte conversa com seu Eurico Leite Fonseca, 84 anos, produtor rural da comunidade de Olhos D`água, onde nasceu e mora até os dias atuais.
Seu Eurico é o típico homem do campo, simples, mas com muita sabedoria.Criou nove filhos, foi casado por 59 anos e é viúvo há 90 dias. Ele é muito querido e respeitado pelos filhos, netos, bisnetos e sobretudo pela sua comunidade.
Quando não existia escola nem eletrificação, Olhos D’água era chamada de Riacho Fundo, Nessa época, Seu Eurico custeou com recursos próprios, durante 04 anos, o salário da professora, e posteriormente passou-se para a prefeitura, mas mesmo assim a escola não tinha sede própria e funcionou na casa de Seu Eurico durante 08 anos. Em 1972 na administração do então prefeito Pedro Santos, a escola Santa Tereza foi construída e mantida até 2004. Em 2004, com a nucleação, a escola foi redimensionada para o distrito de Canto do Engenho.
Sempre presente nas reuniões da câmara da cidade, Seu Eurico é muito respeitado no meio político. Ele está sempre cobrando projetos de melhorias para Olhos D’água.
HOMEM DO CAMPO
Seu Eurico diz do seu orgulho em ser produtor rural. Ele trabalha desde os 07 anos na lavoura e quando tinha 11 anos seu pai faleceu e, por ser o filho mais velho, ajudou sua mãe na criação dos seus 04 irmãos. Porém, com tristeza no olhar, ele fala da desvalorização do homem do campo:
- Hoje em dia, o produtor rural não tem nenhum valor, a gente procura uma pessoa para trabalhar e não acha porque, ao invés do governo dar emprego, dá é dinheiro. Não pode nem ensinar um filho trabalhar, é crime. Também tem muita tecnologia, o que afasta o homem do campo.
E mais:
- Não gosto de ver meu povo sofrer, por isso sempre fiz, faço e farei o que o meu coração pedir pela minha gente, me sinto muito bem assim.