Hoje é o último dia da primeira etapa anual de vacinação contra a febre aftosa em Minas. Nessa fase são imunizados bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. A expectativa é a de que 10 milhões de animais recebessem o imunizante no Estado.
A vacinação é realizada duas vezes no ano para preservar a sanidade dos rebanhos e manter o compromisso com o agronegócio mineiro. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é o responsável pela fiscalização da campanha junto aos pecuaristas.
O produtor pode comprovar a vacinação dos animais usando o formato eletrônico de declaração que está disponível no site do IMA ou, caso tenha cadastro, acessando o Portal de Serviços do Produtor.
Outra opção é o envio da declaração para o e-mail da unidade do IMA responsável pela jurisdição do município. O documento também pode ser entregue presencialmente.
O prazo para comprovar a vacinação vai até 10 de junho. Para facilitar a localização da propriedade, recomenda-se o envio do Cadastramento Ambiental Rural (CAR) na realização desse procedimento.
O IMA solicita ao produtor que, além de comprovar a vacinação contra a febre aftosa, declare a imunização de seus animais contra a raiva. A atualização cadastral do rebanho também é recomendada.
STATUS
O coordenador estadual do Programa de Vigilância para a Febre Aftosa, o médico veterinário do IMA Natanael Lamas Dias, reforça a necessidade da vacinação neste ano para manter a saúde do rebanho e o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação, obtido pelo Estado junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Este status favorece o agronegócio e o acesso a mercados internacionais, contribuindo de forma significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) mineiro”, lembra Dias.
Ele alerta sobre a importância da vacinação correta para garantir a eficácia na imunização dos animais. “A vacina deve ser adquirida em estabelecimento da iniciativa privada credenciado para a revenda. Lembrando que a dose da vacina é de 2 ml. Além disso, a vacina deve ser conservada em temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, do momento da compra até a vacinação dos animais. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”, orienta.
Devido ao planejamento para melhorar o status sanitário de Minas Gerais, estratégias técnicas para o fortalecimento do sistema de vigilância são adotadas. O objetivo é promover ações de detecção precoce e de resposta rápida a emergências sanitárias.
Há cinco componentes de vigilância para a febre aftosa: as realizadas a partir de notificações de suspeitas; em propriedades rurais; em eventos agropecuários; em estabelecimentos de abate; e as para estudos soroepidemiológicos. Esses diferentes componentes do sistema de vigilância produzem regularmente informações que ajudam a tomar decisões com base em uma avaliação de risco precisa, oportuna e objetiva.
EVITE MULTAS
O produtor que não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 119,25 por cabeça. A declaração de vacinação também é obrigatória e o produtor que não o fizer até 10 de junho poderá receber multa de 5 Ufemgs, o equivalente a R$ 23,85 por cabeça.
Rumo à zona livre
O compromisso dos pecuaristas nas campanhas de vacinação contra a febre aftosa, aliado às ações em defesa sanitária animal, têm garantido índices de vacinação dos bovinos e bubalinos superiores a 95% nos últimos anos. Em 2021, Minas alcançou índice de 97,5% de cobertura vacinal de bovinos e bubalinos. Em abril deste ano, em um evento ocorrido na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, polo da pecuária bovina do Estado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a retirada da vacinação contra a febre aftosa a partir de 2023 para Minas Gerais e outros seis estados que fazem parte do Bloco IV do Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa e cumpriram os requisitos do plano estratégico para a suspensão da imunização.
Além de Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins irão retirar a vacinação em 2023.
O último registro da doença no Estado foi em 1996, e sua erradicação ocorreu em 2001 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Desde então, Minas é reconhecida pelo órgão internacional como zona livre de febre aftosa com obrigatoriedade de imunização.
*Com Agência Minas