Tradição e muita fé na comemoração da festa de Nossa Senhora do Rosário

Jornal O Norte
Publicado em 20/10/2006 às 11:36.Atualizado em 15/11/2021 às 08:42.

Foi comemorada, nos dias 14 e 15 da semana passada, a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário. Tudo começou, no sábado, com a saída do Mastro, às 19h30, da casa do Mordomo Inácio Lopes, na Rua João Lopes, Bairro Pernambuco. Em seguida, foi celebrada a Santa missa, na igreja matriz do Senhor do Bonfim, com o levantamento do Mastro. Domingo foi o dia mais aguardado pelos devotos. Este é marcado pelo Cortejo de Nossa Senhora do Rosário pelas principais ruas da cidade.





Logo pela manhã, moradores do Bairro Pernambuco e do Centro acordaram cedo para assistir e acompanhar o Santo Cortejo. Depois de todo o Reinado organizado foi iniciada a procissão pelas principais ruas da cidade. Por volta das 9 horas, a Rua Santa Clara, no Bairro Pernambuco estava tomada de pessoas que queriam ver de perto Corte composta pelo rei e rainha, príncipe e princesa, pajens, damas, anjos e outros membros, que saíram da casa do festeiro Elton Carlos de Souza até a igreja do Senhor do Bonfim, onde foi celebrada uma missa.



CATOPÊS



Todos foram acompanhados pelos dois grupos de catopês de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito pela coordenação de Lucélia do Lino Mar e Catopê do Divino pela coordenação do Mestre Jocil. Os participantes do cortejo desfilaram com belas vestimentas chamando atenção daqueles que assistem a cada ano a procissão. O som dos tambores e caixas dos dois grupos de catopês de Bocaiúva ressoavam pelas ruas. A música “O Deus salve Casa Santa, onde Deus fez a morada” abria caminho para os membros da corte até a chegada na igreja.



Centenas de devotos assistiram à santa missa celebrada pelo padre Antônio Maia. Depois da celebração foi servido um almoço a todos os participantes da festa, na Tenda da Amizade. Às 17 horas, houve a procissão de encerramento, em seguida, às 18 horas, um dos momentos mais esperados: a coroação de Nossa Senhora do Rosário e entrega da Coroa e Bandeira para o próximo festeiro e mordomo. Seis devotos se inscreveram para o sorteio, inclusive o atual festeiro, Elton Souza. Para surpresa de todos Elton foi novamente o escolhido para coordenar os festejos do Rosário.



Em entrevista à reportagem, o festeiro Elton Carlos de Souza, afirma que todo o trabalho e empenho dedicados à festa é muito gratificante. “As nossas expectativas foram superadas, gostaria de agradecer a todos que nos ajudaram de forma direta e indireta, principalmente, aos comerciantes de Bocaiúva”, finalizou Elton Souza.



HISTÓRIA



A história da festa começou, ainda, no século XIII, na Europa, e está ligada a uma aparição da “Santa” ao então devoto “Domingos Gusmão (atual São Gusmão)”. Segundo conta a história, Nossa Senhora apareceu para Gusmão, quando este fazia uma grande campanha pela prática da recitação do Santo Rosário. Nossa Senhora do Rosário também é conhecida por ser a Santa protetora dos negros.



Todo ano, uma família, ou festeiro fica responsável pela coordenação da festa do Rosário. Neste ano, o artista plástico, Elton Carlos de Souza Alves coordenou o evento religioso. De acordo com ele, a intenção de realizar a festa é de se criar um acervo sobre as festas religiosas e folclóricas de Bocaiúva, resgatando os nossos valores e tradição.



HOMENAGEM



- Ele mostrou postura e dedicou a seu povo, recitou e rezou o Rosário. Nos festejos comemorativos populares, em partes folclóricas era devoto da Virgem Maria.



Nasceu em Bocaiúva, no dia 02 de março de 1928, e desde jovem se dedicou às festas populares e buscou preservar as tradições religiosas e culturais. Levou seu tributo a várias cidades deixando por onde passava a marca da humildade, sua expressão corporal e voz. A ele foi atribuído o título de “Mestre dos Mestres”.



Quando vinha mostrava a sua aba cor de rosa cheia de fitas coloridas, o resplendor dos espelhos, o batuque dos tambores que marcava negros, brancos, ricos e pobres com os dizeres; “Vamos ao encontro da fé, vamos rezar o Rosário” Estas palavras só poderiam ser do poeta, João do Lino Mar, um dos maiores festeiros e devotos de Nossa Senhora do Rosário. Hoje ele já não está mais entre a gente está no acervo de Nossa Senhora e São Benedito.

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