Fábio Oliva
Colaboração a O Norte
Montalvânia, município de 17 mil habitantes, vive hoje uma falsa universalização no campo das políticas sociais e de saúde. A avaliação é dos integrantes da caravana Todos contra a corrupção. A caravana pôde ver de perto que, apesar de a Constituição de 1988 garantir o acesso de todos os cidadãos brasileiros a serviços como saúde, assistência social e educação, na prática a enorme concentração de poder na mão de prefeitos faz com que apenas seus partidários sejam atendidos. Quem não reza pela cartilha dos prefeitos é discriminado e precisa usar seu próprio dinheiro para obter esses serviços, enquanto continuam pagando impostos para tê-los gratuitamente, foi o que inferiram os participantes da caravana.
A situação do Sus nas cidades visitadas, particularmente em Montalvânia, ilustra bem o problema. A representante da Unasus na caravana, Jovita José Rosa, ficou impressionada com os relatos que ouviu de um cidadão de 51 anos, cardíaco. Ele reside na periferia de Montalvânia, mas como ainda não transferiu seu título de eleitor para esse município, precisa recorrer aos serviços de saúde e assistência social de Juvenília, onde é eleitor, pois vem sofrendo discriminação em Montalvânia.